Saiba qual é a curiosa origem da Festa Junina, o famoso 'São João', e entenda as tradições da celebração.
A Festa Junina é tida como uma das maiores celebrações brasileiras, afinal, ela é cheia de sabores típicos, é colorida e muito animada. Um dos eventos mais aguardados do ano, essa ocasião possui uma origem curiosa, cheia de significado e que atravessa inúmeras gerações.
A origem da Festa Junina
A origem da Festa Junina remonta à Europa, especialmente a países como Portugal, França e Espanha. Essa comemoração surgiu como parte dos rituais ligados ao solstício de verão no Hemisfério Norte, marcando o início da época de colheita e com o tempo, as festas foram ‘cristianizadas’, ou adotadas pelo calendário da Igreja Católica, e passaram a homenagear três santos importantes para o Clero: Santo Antônio, São João, e São Pedro, que são homenageados respectivamente nos dias 13, 24 e 29 de junho.
No Brasil, a celebração chegou através dos colonizadores portugueses e rapidamente se popularizou, ganhando características próprias, sendo regionalizada e ganhando diferentes formatos conforme a cultura de cada região. Hoje, a festa é comemorada em todo o território nacional, seja por meio de festivais promovidos por prefeituras, festas em colégios, quermesses de igreja ou grandes eventos patrocinados por empresas.
Porque ‘Festa Junina’?
O termo “Festa Junina” vem do fato de essas comemorações acontecerem durante o mês de junho. Além disso, há indícios históricos de que o nome também tenha sido inspirado nas chamadas “festas joaninas”, que prestavam homenagem a São João, cujo dia é celebrado em 24 de junho. Com o tempo, o nome passou a ser associado diretamente ao sexto mês do calendário.
No Nordeste brasileiro, por exemplo, é comum que a celebração seja conhecida como Festa de São João, reforçando a devoção popular ao santo que é uma das figuras centrais da tradição junina.
Quais os símbolos da Festa Junina?
- Danças típicas: A quadrilha é uma coreografia tradicional das celebrações juninas. Sua origem remonta aos bailes aristocráticos da França do século XVIII, mas foi reinterpretada no Brasil com um tom rural e humorístico. Muitas vezes, a dança inclui encenações de casamentos caipiras, em tom festivo e teatral.
- Sabores da roça: A culinária junina é um verdadeiro festival de sabores do interior. Pratos feitos com milho predominam, como pamonha, canjica, curau, mungunzá e pipoca, ao lado de delícias como cuscuz, bolo de fubá, mandioca, amendoim e receitas com coco. Esses alimentos refletem a origem rural da festa e celebram as colheitas da estação.
- Chama simbólica: As fogueiras são elementos centrais do São João e trazem consigo simbolismos antigos. Representam proteção, purificação e renovação espiritual, além de terem raízes em rituais antigos que uniam as comunidades ao redor do fogo.
- Decoração e figurino: As bandeirolas multicoloridas enfeitam os arraiais e são inspiradas nos santos católicos homenageados durante o mês de junho. Já as vestimentas caipiras fazem alusão aos trajes típicos do campo, homenageando os trabalhadores rurais e reforçando o ambiente temático das festividades.
- Diversão garantida: As festas juninas são repletas de atividades lúdicas. Entre as mais conhecidas estão o correio elegante, o pau de sebo, a pescaria e a barraca do beijo. Algumas celebrações também incluem dramatizações de casamentos, sempre com muito humor e alegria.
Como o 'São João' é celebrado no Nordeste
Na região Nordeste do Brasil, os festejos juninos alcançam uma dimensão grandiosa, especialmente em estados como Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Nessas localidades, o mês de junho se transforma em um verdadeiro festival popular, com festas que ocupam grandes áreas públicas, recebem multidões e duram várias semanas.
Duas cidades, em especial, são referência quando o assunto é São João: Campina Grande (PB) e Caruaru (PE). As duas competem pelo título de maior festa junina do planeta, com calendários extensos de atrações, decorações temáticas e um número impressionante de visitantes vindos de várias partes do país.
Esses eventos impulsionam fortemente a cultura nordestina e o turismo da região. Atrações como trios de forró, grupos de dança especializados e shows musicais movimentam a economia local e reforçam o orgulho das tradições regionais.