A atriz abriu o jogo sobre o período no qual usou o famoso 'chip da beleza', entenda o que é isso e quais os riscos do seu uso.
A atriz, jornalista e apresentadora Carolina Ferraz surpreendeu o seu público ao revelar, em entrevista recente, que viveu uma experiência traumática após o uso do famoso “chip da beleza”. Embora tenha sido promovido como solução para proporcionar mais disposição, melhorias na pele e até mesmo controlar o peso, esse implante hormonal virou motivo de arrependimento para Carolina e reacendeu o debate sobre os riscos de tratamentos hormonais feitos sem o devido acompanhamento médico.
O que é o chip da beleza?
Apesar do nome comercialmente atrativo, o “chip da beleza” é, na verdade, um implante hormonal subcutâneo. Ou seja, se trata de um dispositivo pequeno inserido sob a pele que libera gradualmente hormônios. "Esse dispositivo é composto por um ou mais hormônios que são liberados gradualmente e tem ação de 6 meses a 1 ano", explicou a ginecologista Gabriella Fatta ao Steal the Look.
A fama do chip vem das promessas associadas ao seu uso, como citamos acima, como o aumento da disposição, melhora da libido, controle de peso, ganho de massa muscular e até melhora na aparência da pele. Por isso, ele passou a ser procurado como um recurso estético, mesmo sem aprovação oficial para esse fim.
Vale ressaltar que que “chip da beleza” não é um termo técnico reconhecido pela medicina, e sim uma expressão de marketing que esconde a complexidade de seu funcionamento e os riscos envolvidos.
Por que Carolina Ferraz se arrependeu de usar o chip?
Durante uma participação no podcast “MenoTalks”, a ex-global revelou que o uso do chip trouxe mudanças bruscas para o seu cotidiano, especialmente em relação a sua libido. Ferraz ainda compartilhou que começou a ter interesse por homens em contextos cotidianos, como, por exemplo, durante uma simples corrida com motorista de aplicativo. “Você tem que ficar com o negócio seis meses, fiquei meio traumatizada”, pontuou.
Para que o chip hormonal é indicado oficialmente?
O chip hormonal foi inicialmente desenvolvido para fins médicos bem específicos e essa deve ser a sua principal finalidade, ou seja, para o tratamento de condições específicas e até mesmo reposição hormonal.
O uso deve ser prescrito e monitorado por um médico especialista, ou seja, um ginecologista. O uso estético, no entanto, não é recomendado.
A ginecologista Débora Tonetti, também em entrevista ao Steal the Look, pontuou que há contraindicações diretas do uso desse chip para pacientes cujo histórico familiar inclua casos de trombose ou problemas cardiovasculares.
Quais são os riscos e efeitos colaterais do chip da beleza?
Os riscos associados ao uso do chip hormonal variam de acordo com a substância utilizada, a dosagem e o tempo de liberação dos hormônios. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem o aumento da oleosidade da pele e acne, queda de cabelo, alterações de humor e até mesmo de libido, como foi o caso de Carolina Ferraz.
Além disso, vale ressaltar que é complicado reverter os efeitos do procedimento, uma vez que o chip libera hormônios gradualmente por meses, logo, os efeitos não cessam imediatamente, mesmo que o implante seja removido.
O que dizem os especialistas sobre o uso do chip da beleza?
A comunidade médica condena o uso do ‘chip da beleza’ para fins estéticos e destaca o perigo da utilização desse recurso. À Agência Câmara de Notícias, a médica Cristiane Moulin, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, reforça que os efeitos colaterais podem ser muito prejudiciais, desde estéticos, até mesmo a problemas cardíacos.
“A população está sendo bombardeada por essas informações e, infelizmente, não tem como saber se faz mal, já que alguns médicos, priorizando o seu ganho financeiro, prometem que essas ações vão trazer benefícios para a saúde, inclusive utilizando celebridades como exemplos de sucesso”, alertou a especialista.
A história de Carolina Ferraz serve de alerta para quem considera o uso do chamado “chip da beleza”. Embora o implante hormonal possa ser benéfico em casos clínicos específicos, seu uso com fins estéticos requer muita cautela.
O uso desse dispositivo envolve uma série de implicações hormonais que precisam ser meticulosamente avaliadas e antes de optar por qualquer procedimento, é fundamental consultar um médico de confiança, buscar informações baseadas na ciência e refletir sobre os riscos a longo prazo.