Saiba o que indicam as tarjas preta, vermelha e amarela e por que elas são tão importantes para a sua segurança
Lúcia, 59 anos, costuma passar na farmácia toda semana. Diabética e hipertensa, ela conhece bem o balcão dos remédios. Mas, ainda assim, uma dúvida a acompanha há anos: afinal, o que significam as cores nas caixas dos medicamentos? Seriam apenas parte do design das embalagens ou têm uma função real na hora da compra?
A resposta é simples e muito importante: as tarjas coloridas nas embalagens dos medicamentos indicam o grau de risco e o controle necessário para o uso de cada produto. Essa diferenciação é regulamentada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ajuda a proteger a saúde do consumidor.
Por que existem tarjas coloridas?
As tarjas funcionam como alertas visuais criado para ajudar o paciente a entender o quanto aquele remédio exige acompanhamento médico. Esse padrão começou a ser adotado no Brasil em 1999, após a criação da Lei nº 9.787, que também instituiu os medicamentos genéricos. Desde então, as cores se tornaram parte fundamental da comunicação entre médicos, farmacêuticos e pacientes.
“As tarjas não são apenas detalhes da embalagem; elas indicam o nível de controle e segurança exigido em cada caso. Entender o que significam é uma forma de prevenir erros e proteger a própria saúde”, explica Maurício Filizola, farmacêutico e presidente da Rede de Farmácias Santa Branca.
Qual o significado das cores nas caixas de medicamentos
A seguir, entenda o que representa cada cor e como ela orienta o uso seguro dos remédios.
Tarja preta: medicamentos sob controle rigoroso
A tarja preta é usada para identificar os medicamentos que exigem maior controle e atenção médica. São remédios que atuam diretamente no sistema nervoso central, como antidepressivos e ansiolíticos, e que, quando usados incorretamente, podem causar dependência física, psicológica ou até risco de morte. Por isso, só podem ser comprados com receita especial, geralmente azul, que fica retida na farmácia.
Esses medicamentos têm sua venda e prescrição controladas pelo Ministério da Saúde, devido ao alto potencial de efeitos colaterais e contraindicações.
“Os remédios tarja preta são eficazes e seguros, desde que o paciente faça o acompanhamento médico e siga todas as orientações do profissional. O risco está na automedicação e no uso inadequado”, esclarece Maurício Filizola.
Tarja vermelha: uso controlado, mas mais comum
A tarja vermelha indica que o medicamento é de uso controlado, ou seja, também precisa de prescrição médica ou odontológica. São os remédios de uso contínuo como os indicados para pressão alta, colesterol, diabetes e alguns antibióticos. Dependendo da substância, a receita pode ou não ficar retida na farmácia.
Esses medicamentos são amplamente utilizados, mas ainda assim exigem cuidado. Eles podem causar efeitos colaterais importantes, especialmente quando há interação com outros remédios.
Tarja amarela: os medicamentos genéricos
Já a tarja amarela é exclusiva dos medicamentos genéricos. Em cima dela, há a letra “G”, que facilita a identificação. Esses remédios são vendidos pelo nome da substância ativa, e não pela marca comercial, e passam pelos mesmos testes de qualidade, eficácia e segurança que os medicamentos de referência. Para o consumidor, a vantagem é clara: preço mais acessível e a garantia de que o produto tem o mesmo efeito terapêutico.
Sem tarja: produtos de venda livre
Quando uma embalagem não apresenta tarja, significa que o medicamento é isento de prescrição médica e são remédios de venda livre. São medicamentos usados para tratar problemas leves e comuns, como dor de cabeça, febre, azia e resfriados. Nessa categoria, estão os antiácidos, antitérmicos e analgésicos.
Apesar de serem considerados seguros, é importante ler atentamente a bula e seguir as instruções da embalagem, já que o uso em excesso ou combinado com outros medicamentos pode gerar efeitos indesejados.
“Todo medicamento utilizado de forma inadequada pode provocar dependência, reações alérgicas e até risco de morte. Por tudo isso é fundamental procurar um médico e evitar a automedicação”, ressalta Maurício Filizola.
Por que as cores importam
As tarjas são, na prática, um sistema de alerta visual. Elas servem para que o consumidor perceba rapidamente o nível de cuidado necessário antes de usar o medicamento. Essa diferenciação evita erros, reduz casos de automedicação e reforça o papel do médico e do farmacêutico no acompanhamento do tratamento.
Para pessoas como Lúcia e milhões de brasileiros que dependem de remédios todos os dias, entender o que cada cor representa é um passo essencial para cuidar melhor da própria saúde.
Atenção! Antes de comprar ou tomar qualquer medicamento, peça orientação a um médico ou farmacêutico. E nunca compartilhe remédios com outras pessoas, mesmo que os sintomas pareçam os mesmos.
Como usar os medicamentos com segurança
- Nunca compartilhe remédios com outras pessoas, mesmo que os sintomas pareçam iguais.
- Evite automedicação e consulte sempre um médico ou farmacêutico.
- Leia a bula antes de iniciar o tratamento e siga as orientações sobre horários e dosagens.
- Descarte corretamente os medicamentos vencidos: leve-os a pontos de coleta em farmácias.
- Guarde os remédios em locais secos, frescos e fora do alcance de crianças.
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Fontes e referências