Entenda como é feita a fumaça utilizada pela Igreja Católica para sinalizar a escolha do novo Papa.
Durante a escolha do novo Papa, realizada na Capela Sistina, o andamento do processo será simbolizado por fumaça lançada por uma chaminé de cobre instalada no teto. A fumaça escura sinaliza que ainda não houve consenso entre os 140 cardeais votantes, enquanto a fumaça clara revela que um novo Pontífice foi oficialmente escolhido. Mas como será feita essa sinalização?
Como a Igreja Católica sinaliza a escolha do novo Papa
Por muitos anos, a maneira como a coloração da fumaça do conclave era obtida permaneceu envolta em segredo. Somente em 2013, durante a eleição do Papa Francisco, o Vaticano decidiu divulgar essa informação. Em nota oficial à imprensa, esclareceu que as misturas usadas para gerar as cores são, na verdade, compostos pirotécnicos simples.
- Para a fumaça branca: Para fazer essa fumaça branca, utiliza-se clorato de potássio, lactose e resina de pinheiro.
- Para a fumaça escura: Já a fumaça escura é criada com perclorato de potássio, antraceno, um derivado do carvão, e enxofre, que funciona como combustível.
Embora o clorato e o perclorato de potássio sejam substâncias semelhantes, o segundo é mais estável, o que o torna preferível em algumas aplicações. De acordo com o comunicado, os compostos químicos são acionados por um sistema elétrico dentro de um dispositivo especial introduzido no conclave de 2005. Esse equipamento está localizado na Capela Sistina, ao lado de um forno mais antigo onde os votos em papel são incinerados.
A fumaça colorida gerada pelas substâncias químicas se mistura com a dos papéis queimados, subindo por um cano de cobre comprido até alcançar o alto da capela, tornando-se visível para quem está na Praça de São Pedro. Para garantir que a fumaça suba corretamente, a chaminé é aquecida previamente por um fio elétrico. Além disso, há um ventilador de apoio que impede que a fumaça volte e se espalhe dentro da capela.
No passado, quando nenhum candidato era escolhido, os responsáveis adicionavam palha molhada às cédulas queimadas para gerar uma fumaça preta espessa. No entanto, no conclave de 1958, essa prática causou confusão, pois em diversas ocasiões a fumaça parecia indicar um novo papa sem que isso tivesse ocorrido, aparentemente porque a palha não pegava fogo corretamente. Isso levou o Vaticano a substituir o método por uma solução mais confiável à base de substâncias químicas.
Já em 2005, foi introduzido o uso de cartuchos especiais, como um identificado com o nome “fumo bianco”, que liberou a fumaça branca indicando a eleição de Bento XVI. Esse cartucho foi feito para emitir fumaça por seis minutos e meio.