Entenda o caso curioso da banda 'The Velvet Sundown', sucesso que é apontado como criação de IA e acúmula números altos nas plataformas.
Um grupo de indie rock chamado ‘The Velvet Sundown’ cresceu vertiginosamente no streaming de música Spotify, acumulando 474 mil ouvintes em apenas algumas semanas. Seu maior sucesso, a canção “Dust on the Wind”, foi reproduzida mais de 380 mil vezes desde sua estreia em 20 de junho. Porém, os internautas começaram a desconfiar que essa banda pode ser nada mais, nada menos do que fruto de uma criação por inteligência artificial.
Entenda o caso
A questão foi notada inicialmente pelos usuários atentos do Reddit, que começaram a notar indícios de que a banda poderia não ser real a partir da foto de perfil do grupo, que foi destacada como tendo uma aparência artificial.
Logo, os internautas começaram a analisar as publicações feitas na página oficial do grupo do Instagram e notaram que as imagens parecem geradas por IA. Além disso, os olhos atentos da internet conseguiram encontrar em uma legenda de uma das publicações da rede social da banda uma menção à uma suposta citação do grupo na revista Billboard, porém, essa menção ao trabalho da banda na revista musical na realidade nunca existiu.
Outro fato curioso e suspeito apontado pelos internautas é de que também não há qualquer informação pública real sobre os supostos integrantes do grupo: o vocalista “e feiticeiro de mellotron” Gabe Farrow, o guitarrista Lennie West, o baixista e “alquimista de sintetizadores” Milo Rains e o percussionista “espírito livre” Orion “Rio” Del Mar, apontam os usuários do fórum online.
Apesar das suspeitas da internet, não há qualquer menção no perfil do ‘The Velvet Sundown’ no Spotify que possa indicar que o grupo foi criado por inteligência artificial. O mesmo acontece em outras plataformas populares, como Apple Music e Amazon Music, onde a banda também pode ser ouvida, mas sem qualquer esclarecimento sobre sua origem. Entre os serviços de streaming mais conhecidos, apenas o Deezer sugere que o conteúdo possa ter sido gerado por IA.
O caso gera debate sobre o consumo de produtos musicais feitos por IA
De acordo com publicação do site The Next Web, o serviço de streaming Deezer começou a marcar os conteúdos musicais que são gerados com IA a fim de informar os assinantes e ouvintes acerca da origem do que eles estão consumindo.
Segundo o Deezer, mais de 20.000 canções geradas por IA são registradas na plataforma diariamente. Vale destacar que um conteúdo por IA não é necessariamente bom ou ruim, mas é imprescindível que o consumidor tenha consciência do que está ouvindo.
“A IA não é inerentemente boa ou ruim, mas acreditamos que uma abordagem responsável e transparente é fundamental para construir confiança com nossos usuários e com a indústria musical”, destacou Alexis Lanternier, CEO do Deezer, em comunicado oficial.
O caso acende um alerta sobre os limites do uso da inteligência artificial e serve como um tipo de lembrete para que estejamos cada dia mais conscientes acerca dos nossos hábitos de consumo online.