Conheça Jorge Lafond, homem negro e homossexual que fez sucesso com sua drag queen Vera Verão.
Homenageado pelo Google nesta quarta-feira (29), o humorista e ator brasileiro Jorge Lafond estaria completando 71 anos. Seu sucesso veio com a drag queen Vera Verão, parte do elenco de "A Praça É Nossa". Além do programa, Jorge também fez outras participações na TV Globo, como em "Os Trapalhões", "Viva o Gordo" e na novela "Sassaricano".
Em 2003, com apenas 50 anos, faleceu após ser hospitalizado com problemas cardíacos. Referência para pessoas negras e homossexuais, Jorge foi eternizado no coração de seu público. Conheça algumas curiosidades sobre este grande ator.
1. Foi um grande dançarino
Amante da dança, Lafond estudou dança africana e balé clássico. Com apenas 17 anos, viajou por diversos países da Europa e Estados Unidos com o grupo de dança do qual fazia parte. Em 1974, entrou para o corpo de bailarinos do Fantástico.
Além disso, se formou em teatro na Universidade Federal do Rio de Janeiro e também em educação física, pela Universidade Castelo Branco.
2. É referência na comunidade LGBTQIA+
Nascido nos anos 1950, Jorge vivia em uma época violenta para homossexuais. Ele conta que, aos 6 anos, já sabia que era diferente dos outros meninos com quem convivia. Já em sua fase adulta, ao expôr para o mundo sua sexualidade, se tornou um grande ícone da comunidade LGBTQIA+ dos anos 1990.
"Eu fazia a linha menininho, bonitinho e comportado. Depois de velho, eu chutei tudo", brincou em entrevista ao programa de Elke Maravilha.
Para comemorar seu aniversário de 71 anos, o Distrito Drag irá apresentar nesta quarta-feira (29/03), o Prêmio Jorge Lafond de Arte e Cultura, uma homenagem a personalidades e aliados da comunidade LGBTQIA+ no Distrito Federal.
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3. Vera Verão era mais que uma personagem
Entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, o humorista encarnou a personagem mais famosa de sua carreira. Porém, para ele, não era exatamente uma personagem, mas uma entidade. Em entrevista com Marília Gabriela, Jorge explica que Vera Verão era como uma mulher que vivia dentro de si - em suas palavras, uma manifestação de sua sexualidade.
4. Jorge não nasceu careca
Ao contrário do que muitos pensam, o ator não nasceu sem cabelos. Em entrevista com Elke Maravilha, Jorge conta que a primeira vez que raspou a cabeça foi quando foi aprovado para cursar educação física na Universidade Castelo Branco, no Rio de Janeiro. O ator gostou tanto de sua aparência dessa maneira, que decidiu continuar raspando o cabelo.
5. Chacrinha foi sua grande inspiração na infância
Lafond conta que, desde criança, gostava de brincar de “Cassino do Chacrinha” com outras crianças de sua vizinhança. Lá, se caracterizavam com o que tinham, montavam um palco imaginário e se apresentavam como se estivessem no programa.
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6. Foi o primeiro homem a ser rainha de bateria
Meses antes de seu falecimento, Jorge Lafond fez história no Carnaval. O ícone dos anos 1990, desfilou brilhantemente como rainha de bateria da escola de samba Unidos de São Lucas, de São Paulo, encarnado em sua personagem Vera Verão.
E, além de ter sido o primeiro homem a desfilar como rainha de bateria,também representou a primeira nudez do carnaval de rua, pela Beija-Flor de Nilópoles, escola de samba do Rio de Janeiro. Também já desfilou por outra escola carioca, a Imperatriz Leopoldinense.
7. Se inspirou na atriz Monique Lafond
Jorge contou à Marília Gabriela que sua vontade de se destacar o trouxe a ideia deste sobrenome artístico. Ao escolher o mesmo nome da atriz Monique Lafond, na época cercada de holofotes, sentiu que estava se diferenciando de tantos outros "Jorges" da televisão.
8. Seu primeiro emprego foi como mecânico
O ator começou a trabalhar muito jovem, para ajudar sua mãe. Com menos de 10 anos, era auxiliar em uma oficina mecânica próxima a sua casa. Aos fins de semana, trabalhava junto com sua mãe em um parque de diversões.
9. Vendeu 1.500 livros em um dia
Em entrevista, o humorista conta que, no lançamento de seu primeiro e único livro, Vera Verão: Babados, foram vendidos 1.500 exemplares.
O evento ocorreu na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Tempos depois, ao contatar a editora responsável pelo lançamento, Jorge soube de uma estimativa de 10 mil livros vendidos.
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