A Ucrânia sofre com uma invasão territorial desde a madrugada de quinta-feira (24), mas a ofensiva da Rússia já havia começado no âmbito cibernético
Ana Marques | 25 de Fevereiro de 2022 às 09:59
A Ucrânia sofre com uma invasão territorial desde a madrugada de quinta-feira (24), mas a ofensiva da Rússia já havia começado no âmbito cibernético algumas horas antes dos ataques militares por terra, ar e água.
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De acordo com a Symantec, empresa norte-americana de cibersegurança, um malware — isto é, um programa feito para causar danos a computadores — foi direcionado a organizações financeiras e de defesa da Ucrânia, bem como a empresas do setor de aviação e de tecnologia da informação, antes da invasão russa.
A companhia afirma que, aparentemente, os ataques estavam sendo preparados desde novembro do ano passado, com atividades menos expressivas, como roubo de credenciais. Outros países da região, como a Lituânia, também foram afetados.
A empresa de segurança digital ESET explicou que um novo malware que apaga dados infectou centenas de computadores na Ucrânia e, segundo a Reuters, atingiu também uma agência governamental. O site do Ministério de Relações Exteriores foi outro afetado. Como a compilação do arquivo data de 28 de dezembro, é possível que esse ataque tenha sendo planejado há, pelo menos, dois meses.
Bancos ucranianos também foram alvo de ataques de DDoS (ataque de negação de serviço distribuído). Neste tipo de ameça cibernética, há um bombardeio de solicitações simultâneas originadas de fontes diversas para sobrecarregar um servidor, causando interrupção em suas atividades.
A Rússia já tem um ataque cibernético grande em seu histórico: o NotPetya, que tinha como alvo os sistemas de energia, transporte e financeiro da Ucrânia. No entanto, o malware em questão acabou se espalhando por todo o mundo, custando mais de US$ 10 bilhões, no total, a empresas de países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
Como aponta o Finacial Times, o ataque desta semana, já identificado por big techs, como a Microsoft, tem potencial ainda mais devastador. Ainda nesse sentido, assim como o NotPetya, o novo malware do tipo “data wiper” pode causar grandes prejuízos a diversos países. Apesar das suspeitas, a Rússia nega que seja a origem dos ciberataques.
Há ainda um alerta do Departamento de Segurança Internet dos EUA sobre novos ataques direcionados a servidores da potência norte-americana. Segundo as autoridades do governo Biden, todos os membros da Otan acabam ficando ameaçados com o panorama atual.
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