Para iniciar-se no mundo artístico e produzir belas obras de arte, uma sensibilidade apurada, um trabalho de pesquisa e um pouco de técnica podem ajudar.
Julia Monsores | 22 de Junho de 2020 às 16:56
Para iniciar-se no campo artístico, o primeiro passo é ter interesse. Depois, uma sensibilidade apurada, um pouco de técnica e um bom trabalho de pesquisa podem lhe ajudar a produzir suas próprias obras de arte. Confira algumas dicas de quem entende do assunto!
“Uma criança de 5 anos poderia fazer a mesma coisa!” “Ópera, isso não é para mim…” “Eu não gostaria de ter um MoMA no meu jardim.”
Esses são alguns clichês ou preconceitos sobre obras de arte e artistas. Lembre-se de que os pioneiros, em todas as épocas, foram alvos de críticas, como os grandes pintores impressionistas, cujas obras constituem hoje provas evidentes desse fato. Já imaginou o que teria sido das obras de Salvador Dali, por exemplo, se ele tivesse se deixado afetar por comentários hostis sobre o seu trabalho?
Por isso, afaste-se de julgamentos altivos e seja curioso.
Quando você vê uma obra de arte, aproveite esse tempo para se aprimorar. O que ela evoca? Quais são os sentimentos positivos ou negativos que ela provoca em você? Como ela é construída? Apele para os sentidos, a memória, a inteligência e o humor…
Deixe vir à tona associações de ideias. Assim, pouco a pouco, você vai dispor de pontos de comparação para enriquecer sua percepção.
Interesse-se pelos artistas, por suas trajetórias e histórias… Se você está se perguntando sobre o sentido de um quadro “totalmente preto” de Pierre Soulages, talvez compreenda melhor sua paixão pelos monocromos lendo seus diálogos.
Ou se deseja entender os simbolismos nas obras de Clarice Lispector, conheça sua história.
Além disso, atente para as observações explicativas sobre as obras de arte nos museus, para os catálogos de exposições, de óperas, assista a conferências… Existem mil maneiras de aprender a ver e a ouvir.
Às vezes, deixando o acaso agir, pode-se viver grandes emoções artísticas, por exemplo, durante uma visita ao ateliê de um artista durante uma jornada de portas abertas. Ou, ainda, parando por um bom tempo diante de um músico num festival de rua, ouvindo uma orquestra no metrô..
“Uma sopa de primeira pode conter uma criatividade maior do que um quadro de segunda”, dizia o psicólogo Abraham Maslow.
Existem as artes maiores… e todas as outras! Por isso, prestar atenção à estética na vida de todo dia é uma maneira de desenvolver a sensibilidade artística.
Opte por uma atividade que lhe deixe à vontade. As inibições são construídas com a idade. Por isso, se você deseja praticar uma atividade artística sem saber qual escolher, tente se orientar por meio de uma disciplina que lhe dava prazer na infância. E deixe seus complexos de lado! Claro, você pode não ser Renoir nem Mozart, mas o essencial é que experimente o prazer de criar.
Hubert Nissen, escritor e editor francês, aconselha ao aprendiz de autor a “copiar à mão páginas dos textos que mais o impressionaram para compreender o que se passou na mente dos seus autores”.
Assim, comece por esse exercício a partir de obras literárias, de desenhos de pintores ou escultores. Exercite a criação, “à maneira de”, e multiplique suas fontes de inspiração lembrando a fórmula do roteirista norte-americano Wilson Mizner: “Copiar de um só é plágio. Copiar de dois é pesquisa.”
Você poderá em seguida se liberar de antigos modelos para encontrar seu próprio caminho.
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