A endocrinologista da Unimed Araxá detalha o funcionamento, os benefícios e o papel do paciente no processo
Luana Viard | 11 de Setembro de 2024 às 13:15
Você já pensou em gerenciar o diabetes tipo 2 (DM2) sem precisar de medicamentos diários? Para muitos pacientes, a cirurgia metabólica (CM) tem se mostrado uma solução eficaz para alcançar essa meta, oferecendo novas oportunidades para uma vida mais saudável e com melhor qualidade.
“Essa perspectiva, embora não seja uma 'cura' definitiva, representa um avanço significativo na busca por uma vida livre das complicações do diabetes”, afirma a endocrinologista da Unimed Araxá, Najla Mattar.
O diabetes tipo 2 é uma condição crônica que impacta milhões de indivíduos globalmente, com cerca de 15 milhões de pacientes apenas no Brasil. As complicações associadas, como doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, problemas renais e perda de visão, podem ser extremamente graves.
“Para pacientes com DM2 e obesidade que falharam nas mudanças do estilo de vida (MEV) e ao tratamento medicamentoso, a cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz”, explica a médica.
Aproximadamente 85% dos pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) estão com sobrepeso ou obesidade. A cirurgia metabólica, recomendada para aqueles com DM2 e um IMC superior a 30 kg/m², oferece benefícios além da perda de peso. Ela causa alterações metabólicas que têm um efeito direto no controle dos níveis de glicose, frequentemente resultando na remissão da doença — ou seja, na possibilidade de interromper o uso de medicamentos — em até 65% dos pacientes após 5 anos.
A decisão de realizar a cirurgia exige uma avaliação criteriosa por uma equipe multidisciplinar. “Fatores como idade, tempo de doença, uso prévio de insulina, presença de complicações e outras condições de saúde são levados em consideração para garantir a segurança e o sucesso do procedimento. Lembrando que é necessário falência das MEV e do tratamento medicamentoso antes da cirurgia”, explica a Dra. Najla Mattar.
A cirurgia metabólica não só otimiza o controle dos níveis de glicose, como também diminui o risco de problemas cardiovasculares, melhora o perfil de lipídios no sangue e resulta em uma perda de peso considerável. Esses efeitos positivos levam a uma melhor qualidade de vida, permitindo que os pacientes voltem a realizar atividades que anteriormente eram restringidas pela condição.
Embora a cirurgia seja um componente fundamental, o sucesso do tratamento também depende significativamente do papel ativo do paciente. “Manter hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, é essencial para garantir resultados duradouros”, alerta a endocrinologista. “Embora a CM seja uma ferramenta poderosa, o acompanhamento médico e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais para alcançar resultados duradouros”, finaliza.
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