Estudos clínicos realizados apontam que combinação de medicamentos conseguiu reduzir o risco de recorrência ou morte em 44%
Walter Farias | 19 de Dezembro de 2022 às 17:00
Na última teça-feira (13), resultados de um novo estudo sobre uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) testado contra um câncer de pele agressivo, se mostraram satisfatórios. A combinação desta vacina contra câncer de pele feita pela empresa de biotecnologia Moderna com o uso do medicamento de imunoterapia Keytruda, da farmacêutica Merck, apresentou melhora na sobrevida livre da doença em pacientes com quadro avançado.
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Estudos clínicos realizados em pacientes com melanoma mostaram que essa combinação de medicamentos conseguiu reduzir o risco de recorrência ou morte em 44% quando comparado com o resultado sozinho do medicamento de imunoterapia Keytruda.
O melanoma é o câncer de pele mais maligno. Afeta as células reponsáveis pela pigmentação e pode aparecer no olhos, nas membranas mucosas e no sistema nervoso central. Fora isso, ele é capaz de produzir metástases rapidamente e possui alta taxa de mortalidade nas fases mais avançadas da doença. Diante disso, o objetivo da vacina é ajudar o organismo a conter o avanço da doença.
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A vacina conhecida cientificamente como mRNA-4157/V90, foi desenvolvida para preparar o sistema imunológico de modo que o paciente seja capaz de gerar uma resposta antitumoral personalizada específica para sua mutação cancerígena. Assim, o medicamento de imunoterapia Keytruda tem a tarefa de ajudar a maximizar a capacidade do sistema imunológico em detectar e combater células tumorais.
O mRNA foi de suma importância para a evolução da vacina contra a Covid-19, agora vem se mostrando uma ferramenta em potencial para o combate ao câncer de pele. Sem dúvidas, uma notícia animadora para a comunidade científica e toda sociedade.
Batizado de Keynote-942, o estudo está sendo realizado há cerca de 6 anos e conta com 157 pacientes com melanoma em estágios 3 e 4. Após terem passado por um processo cirúrgico, estes pacientes foram submetidos ao tratamento proposto pelo estudo.
Parte dos pacientes receberam nove doses totais da vacina e até 18 ciclos de medicamento Keytruca. A outra metade faz o tratamento apenas com o Keytruda.
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No entanto, apesar do sucesso, alguns eventos adversos graves surgiram atrelados ao tratamento. Pneumonia, colite e hepatite medicamentosa são alguns exemplos dos problemas que acometeram 14,4% dos pacientes que foram tratados com a combinação.
Contudo, as empresas já estão se preparando para apresentar e discutir os resultados do estudo com as autoridades reguladoras e começar a fase 3 de testes da vacina em 2023, em pacientes com melanoma.
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