Um estudo revelou a presença de elevados níveis de substâncias químicas que interferem nos hormônios em vários produtos de uso doméstico
Luana Viard | 3 de Outubro de 2024 às 19:00
Uma nova pesquisa conduzida pela organização Toxic-Free Future em parceria com a Vrije Universiteit Amsterdam indicou que colheres de cozinha feitas de plástico preto podem representar um risco cancerígeno. O estudo detectou elevados níveis de substâncias químicas que afetam o sistema hormonal em vários produtos domésticos confeccionados com esse tipo de plástico.
Publicado na edição de outubro da revista Chemosphere, o estudo ressalta os riscos relacionados à falta de regulamentações sobre o uso de substâncias nocivas em plásticos, como os retardantes de chama.
Essas substâncias químicas são comumente empregadas em dispositivos eletrônicos e, quando recicladas, podem contaminar itens do dia a dia, como brinquedos e utensílios de cozinha.
Megan Liu, uma das autoras do estudo, alertou sobre a gravidade da situação. “As empresas continuam a usar retardantes de chamas tóxicos em eletrônicos de plástico, e isso gera exposições tóxicas inesperadas”, afirmou Liu em comunicado emitido pela Toxic-Free Future.
Ela acrescentou que "esses produtos químicos causadores de câncer não deveriam ser usados para começar, mas com a reciclagem, eles estão entrando em nosso ambiente e em nossas casas de mais de uma maneira. Os altos níveis que encontramos são preocupantes”.
A pesquisa indicou que 85% dos produtos examinados continham substâncias químicas prejudiciais. Dentre os itens com as maiores concentrações, destacaram-se bandejas de sushi e espátulas. Os pesquisadores também observaram que o plástico frequentemente utilizado em eletrônicos, feito de estireno, apresentava níveis de toxicidade consideravelmente superiores em relação a outros plásticos, como polipropileno e nylon.
Segundo os cientistas, a contaminação desses utensílios resulta do uso de materiais reciclados provenientes de lixo eletrônico na produção de itens domésticos. Estudos anteriores da Toxic-Free Future já haviam mostrado que a maioria das televisões contém retardantes de chama nocivos, que podem se liberar dos produtos, contaminando a poeira e o ar em ambientes internos, além de poluir a água, os suprimentos alimentares e, eventualmente, nossos organismos.
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