Entenda tudo sobre o teste de saliva inventado por pesquisadores brasileiros que pode acelerar o diagnóstico de depressão.
A possibilidade de realizar testes rápidos para receber diagnósticos é algo que pode fazer toda a diferença na detecção e tratamento de doenças. Agora, imagine o quão prático isso seria se fosse uma realidade para condições psicológicas como a depressão, não é mesmo? Essa possibilidade está cada vez mais próxima graças a uma pesquisa realizada no Brasil. Fique conosco para entender como.
Entenda tudo sobre o teste de saliva para diagnosticar depressão
Graças a uma pesquisa realizada pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), na qual os cientistas desenvolveram um sensor descartável e de baixo custo capaz de detectar, em poucos minutos, alterações em biomarcadores da saliva que podem estar associados a transtornos como depressão, Alzheimer e Parkinson, esse tipo de teste está cada vez mais próximo de se tornar realidade.
O dispositivo mede os níveis de uma proteína chamada BDNF, ou fator neurotrófico derivado do cérebro, essencial para a saúde e plasticidade dos neurônios. Quando seus níveis caem, há uma maior predisposição a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Essa abordagem promete simplificar o processo de diagnóstico, evitando punções, inviabilizando longas esperas e reduzindo custos.
Cada sensor, segundo estimativas dos pesquisadores, deverá custar menos de R$12, o que abre a possibilidade de uso em consultórios, postos de saúde e até para monitoramento domiciliar.
Por que isso é importante
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, cerca de 280 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, que além de ser uma das principais causas de afastamento do trabalho, é um fator significativo para suicídio. O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar tratamento adequado e evitar complicações, e por isso, tecnologias como essa prometem colocar o Brasil em posição de vanguarda em saúde mental.
Apesar de ser um avanço significativo, é importante lembrar que esse teste não chegou ao consultório de forma ampla e não substitui avaliação clínica e psiquiátrica. Ainda haverá necessidade de validação em larga escala, aprovação regulatória e definição de protocolos claros para uso.
Além disso, também vale ressaltar que a depressão é uma condição complexa e que envolve fatores genéticos, ambientais, psicológicos e biológicos, logo, um marcador de saliva pode ser parte da avaliação, mas dificilmente será o único critério para fechar um diagnóstico de forma precisa.