A CoronaVac é uma das diversas vacinas sendo aplicadas no Brasil. Saiba quantas doses são necessárias, quais as reações e como ela é feita.
Matheus Murucci | 11 de Agosto de 2021 às 14:09
Tendo em vista a campanha de vacinação contra o novo coronavírus, é bem provável que você já tenha ouvido falar na CoronaVac. Ela é uma das muitas vacinas produzidas no mundo inteiro com o intuito de combater a pandemia iniciada em março de 2020. O laboratório Sinovac, na China, criou o imunizante, e, no Brasil, a farmacêutica desenvolve parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Cerca de 155 milhões de brasileiros já se vacinaram com, pelo menos, a primeira dose. Não existe uma estatística específica para o quantitativo de quantas dessas doses foram de CoronaVac, mas as remessas desta vacina chegam com mais facilidade para diversos estados do país, visto que ela hoje é manufaturada também pelo Butantan.
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Com as diferentes vacinas sendo aplicadas em todo o mundo, cada uma delas com suas singularidades, então, é normal que tenhamos dúvidas sobre o que difere um imunizante do outro.
Vamos explicar agora, tudo sobre a CoronaVac, para que não existam ressalvas sobre ela. E lembre-se, não opte por alguma vacina específica. De fato, todas as que estão sendo aplicadas são eficientes contra a Covid-19.
O padrão de fabricação dessa vacina segue os protocolos mais comuns utilizados no desenvolvimento deste tipo de imunizante. Após o recebimento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para a produção da CoronaVac, ela foi envasada com o uso do próprio vírus (no caso, o novo coronavírus) inativado.
Os cientistas envolvidos em seu desenvolvimento geraram, em laboratório, uma cultura deste vírus e os deixaram inativos. Só então, eles puderam passar a aplicá-la em humanos, com toda a segurança.
O que acontece, é que dentro dessa cultura em laboratório, o vírus fica envolvido por células. Nesse ambiente, os cientistas provocam a inativação dele apor meio de processos químicos, mas tendo o cuidado de manter as características originais do vírus. Isso é importante, pois é o que vai gerar as defesas do nosso organismo a partir da aplicação da vacina.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já provou a vacina CoronaVac como eficiente no combate ao Covid-19. Isso torna o imunizante utilizável em todo o planeta, sendo visto como uma resposta positiva no enfraquecimento da pandemia.
O Instituto Butantan realizou um estudo no município de Serrana, no interior de São Paulo. Lá, a maior parte da população recebeu a vacina CoronaVac.
O que foi observado é que, quando cerca de 75% dos adultos estavam vacinados, houve um controle da pandemia na região. Os dados são de que as internações caíram cerca de 86% e as mortes cerca de 95%. Isso mais do que comprova a eficácia da vacina.
Em outros países da América Latina, como Chile e Uruguai, o uso eficiaz desta vacina também já foi comprovado em estudos.
Falando sobre as variantes do novo coronavírus, a mais popular atualmente é a Delta. Ela é responsável pela maior parte dos casos, internações e óbitos em diversos países do mundo.
Os dados mostram que, sim, a CoronaVac atua de maneira eficaz na proteção contra a variante Delta. Mas os estudos ainda estão em fase inicial, no Instituto Butantan, para averiguar com mais profundidade a relação entre o imunizante e esta variação do vírus.
É importante que toda a população faça a imunização completa, ou seja, com as duas doses da vacina. Isto fará com que mutações virais não ocorram, devido à redução do contágio, e que a pandemia seja controlada mais rapidamente.
Lembrando que todas as vacinas disponíveis são eficientes contra o vírus e suas principais variantes detectadas, já que elas nascem do mesmo material biológico.
Os efeitos colaterais da CoronaVac são leves e todos previstos na bula do imunizante. Em todos os estudos realizados, no Brasil e na China, ficou comprovado que as reações adversas são leves e não precisam de um acompanhamento médico. Nenhuma reação grave foi notificada.
A bula, de todo modo, prevê reações como: dor de cabeça, diarreia, enjoo, dor muscular, dor no momento de engolir, perda de apetite, tosse, calafrios, dor nas articulações, coceira, coriza, cansaço e congestão nasal. Dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação também foram identificados.
Procure as orientações de um médico, caso essas reações persistirem por mais de quatro dias.
Nas vacinas de duas doses, é de extrema importância que a população receba as duas. Somente isso fará com que as pessoas estejam realmente imunes ao coronavírus que causou a pandemia.
No caso da CoronaVac, o intervalo entre uma dose e outra é de 21 dias. Com este espaço de tempo, o imunizante protege casos leves, moderados ou graves em até 62,3%, segundo dados do Instituto Butantan. É um número maior do que a vacinação com 14 dias de diferença, em que 50,7% de eficácia foram averiguados.
Sim, não existe contraindicação para pessoas gestantes. Em julho de 2021, inclusive, o Ministério da Saúde indicou que grávidas só tomem a CoronaVac ou a Pfizer. A forma como a vacina da biofarmacêutica chinesa Sinovac foi elaborada não traz nenhum tipo de risco para a saúde da gestante e do bebê.