Confira dicas para prevenir a artrose ou, se você já sofre disso, para diminuir a dor e as limitações sem recorrer a medicamentos.
Redação | 18 de Julho de 2018 às 17:00
A artrite não é consequência inevitável do envelhecimento, nem deve ser tratada assim. Hoje, até adolescentes, em especial os atletas ou aqueles que passam mais tempo na quadra de futebol do que na sala de aula, sofrem de artrite. Um em cada quatro pacientes examinados por médicos vai ao consultório em virtude de problemas musculoesqueléticos. E, entre os que têm mais de 65 anos, a reclamação mais comum é de osteoartrite, um tipo de artrite popularmente chamada de artrose. Ela afeta 50% das pessoas acima de 65 anos e até 85% das com 75 anos ou mais.
A artrose é consequência de danos microscópicos na estrutura e na constituição da cartilagem que cobre as extremidades dos ossos em uma articulação. Quando a cartilagem é saudável, os ossos deslizam de maneira uniforme uns por cima dos outros; ela atua como uma espécie de amortecedor de impacto do movimento. Entretanto, quando uma pessoa tem artrose, a camada superficial de cartilagem está gasta, permitindo que os ossos se esfreguem uns nos outros. As consequências? Dor, inchaço e perda de movimento. Com o tempo, osteófitos (esporões ósseos) surgem nos cantos das articulações, e pedaços de ossos ou de cartilagem podem até se soltar e flutuar no espaço entre as articulações, aumentando a dor.
Nos últimos 20 anos, os pesquisadores descobriram muito sobre as causas de várias doenças, entre elas a osteoartrite. Hoje, eles suspeitam de que o dano permaneça nas células que ajudam a manter a cartilagem normal, os condrócitos. A genética e o desgaste contribuem para danos nos condrócitos, reduzindo a capacidade deles de manter a cartilagem saudável. Em particular, lesões e estresse biomecânico (ou seja, como você anda e se movimenta) sobrecarregam os condrócitos. A cada lesão, sangue e oxigênio extras se dirigem para o local a fim de ajudar a reparar a lesão. O processo metabólico envolvido nisso acelera a morte dos condrócitos e promove a artrose.
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Há 20 anos, os médicos costumavam tratar a artrite com medicação e repouso. Agora, é provável que o médico recomende a perder peso e praticar exercícios, além de remédios para aliviar a dor. Um plano de tratamento abrangente também inclui aconselhamento nutricional, relaxamento e métodos não farmacológicos de alívio da dor.
Veja a seguir ideias para prevenir a osteoartrite ou, se você já sofre disso, para diminuir a dor e as limitações sem recorrer a medicamentos.
O sobrepeso aumenta a probabilidade de ter artrite, principalmente nos joelhos. Isto ocorre porque o excesso de peso sobrecarrega as articulações, prejudicando a cartilagem. No entanto, se você perder apenas 1/2 kg, retira 2 kg de pressão sobre os joelhos.
Os pesquisadores também descobriram que, mesmo uma perda de peso de apenas 10% melhora o funcionamento geral do corpo. Perder peso é importante, mas estudos também sugerem que aumentar a força muscular e uma maneira efetiva de melhorar a dor e as limitações de quem sofre de artrite, além de diminuir o risco inicial.
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Os quadríceps são os músculos da coxa. Quanto mais fortes eles forem, mais poupam os joelhos. Isso reduz o risco de causar danos aos condrócitos. Agachamento, extensão de joelhos e step (na escada) são bons exercícios.
Pelo menos no verão, de 15 a 20 minutos por dia devem bastar. A luz do sol é a melhor fonte de vitamina D, necessária à saúde dos ossos. A força dos ossos é importante nos casos de artrite porque, ao tentar se recuperar de uma lesão, a cartilagem desencadeia o remodelamento dos ossos – a destruição e a substituição das células ósseas. Estudos revelam que é três vezes mais provável ocorrer artrite nas pessoas com níveis baixos de vitamina D na alimentação e no sangue. Essa descoberta é importante principalmente para as pessoas mais velhas, que, com a idade, se tornam menos capazes de absorver a vitamina D proveniente do sol. Além da luz do sol, outras boas fontes dessa vitamina são peixes gordurosos, como salmão, cavala e sardinha, óleo de fígado de bacalhau, cereais enriquecidos, gema de ovo e bife de fígado.
Ela é rica em vitamina K, que desempenha papel importante no desenvolvimento da cartilagem e dos ossos. Quando pesquisadores avaliaram os hábitos alimentares de 672 pessoas com média de 65 anos, descobriram que, quanto mais altos os níveis de vitamina K obtida por meio da alimentação, menor a probabilidade de a pessoa ter artrite nas mãos ou nos joelhos. Cerca de metade dos participantes do estudo possuía níveis baixos da vitamina no sangue. As melhores fontes dessa vitamina, além da couve, são espinafre, nabo e salsa crua.
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Há muito tempo a natação é recomendada como um bom exercício para quem sofre de artrite. A água reduz o impacto nas articulações. Um estudo taiwanês confirmou o que qualquer um que sofra de artrite suspeitava: os exercícios físicos feitos na água melhoram a flexibilidade dos joelhos e do quadril, a força e o condicionamento aeróbico. Ao mesmo tempo, um estudo australiano revelou que tais programas também resultavam em menos dor. Entre em contato com academias ou clubes perto de você e peça informações sobre hidroginástica.
Andar ao natural reduz a carga das articulações dos joelhos, minimizando em 12% a dor e as limitações provocadas pela osteoartrite. Essa foi a descoberta de um estudo com 75 pessoas que sofriam de osteoartrite, conduzido pelo Centro Médico da Universidade de Rush, em Chicago. Se andar descalço não for uma opção, procure sapatos que imitem o arqueamento natural dos pés e o contorno dos calcanhares, mas não use salto alto, que aumenta a pressão nas articulações. Palmilhas ortóticas também podem ajudar.
Ataque a dor na fonte com ibuprofeno em creme. Estudos recentes revelaram que eles são tão efetivos quanto os comprimidos – e, como apenas cerca de 5% do medicamento é absorvido pela corrente sanguínea, o mais provável é que ele cause menos efeitos colaterais.