A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declara o tabagismo como pandemia, o consumo de vape só aumenta e gera preocupação em profissionais da saúde.
Luana Viard | 2 de Setembro de 2024 às 15:00
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera o tabagismo uma pandemia, ou seja, uma epidemia global que precisa ser enfrentada. No entanto, mesmo com o alerta da entidade, a ameaça do hábito de fumar continua a crescer.
De acordo com dados do Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), o número de usuários de cigarros eletrônicos no Brasil aumentou de 500 mil em 2018 para 2,2 milhões em 2022, apesar da proibição da venda dos vapes no país. Esse dado é especialmente preocupante devido à popularidade dos dispositivos entre adolescentes e até mesmo crianças.
Como destaca Sarah Sant’Anna, médica de família e comunidade da Unimed Cerrado, o tabagismo, que pode ser praticado de diversas formas, seja inalado (como em cigarros, charutos, cigarro de palha, cigarros eletrônicos e narguilé), aspirado (rapé) ou até mascado (fumo de rolo), é prejudicial à saúde em todas as suas variantes.
“Os problemas gerados pelo hábito do tabagismo afetam não apenas o fumante ativo. Também temos a figura do fumante passivo, indivíduos não fumantes que são inalantes da fumaça gerada pela queima do tabaco por outra pessoa no mesmo ambiente. Ele também pode desenvolver diversas patologias”, pontua a profissional.
Atualmente, mais de 70% das mortes no Brasil são causadas por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), e o consumo de nicotina em produtos derivados do tabaco está ligado a um risco maior de desenvolvimento dessas doenças.
Como explica a médica Sarah Sant’Anna, a literatura médica indica que o tabagismo está associado a aproximadamente 50 doenças, com destaque para as condições cardiovasculares, como hipertensão, infarto, angina e derrame.
“O hábito também é responsável por muitas mortes por câncer de pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga, bem como por problemas respiratórios como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar”, explica.
Além disso, a médica destaca que o uso de tabaco enfraquece o sistema imunológico, aumentando a probabilidade de o fumante contrair doenças como gripe e tuberculose, além de contribuir para o desenvolvimento de impotência sexual.
Apesar disso, o Senado brasileiro está analisando a regulamentação do comércio de cigarros eletrônicos no país, com a votação já adiada quatro vezes e gerando oposição de várias entidades médicas ao projeto.
A possível aprovação contraria as diretrizes globais de combate ao tabagismo. Segundo as instituições que assinam a nota contra a regulamentação, os dados indicam que a fiscalização é inadequada, uma vez que o uso de cigarros eletrônicos aumentou mesmo sendo ilegal.
Além disso, os especialistas argumentam que não há justificativa para estabelecer uma taxa de imposto sobre um produto tão prejudicial à saúde. É importante destacar que a nicotina possui um alto potencial de dependência, especialmente quando é absorvida pelos pulmões, e enfrentar o vício não é uma tarefa fácil.
Diante disso, a médica de família e comunidade da Unimed Cerrado lista vários métodos disponíveis para ajudar na luta contra o tabagismo:
Mesmo assim, a médica Sarah Sant’Anna enfatiza que qualquer pessoa interessada em parar de fumar deve consultar um profissional de saúde antes de começar a usar qualquer um desses métodos, seguindo a receita médica e realizando acompanhamento regular.
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