Paralisia Infantil: o retorno de uma doença erradicada

Campanha faz alerta sobre o retorno da poliomielite, conhecida popularmente como paralisia infantil, para conscientizar sobre a vacinação.

Redação | 5 de Outubro de 2022 às 18:00

(Imagem: iStock) -

Desde agosto, a Sociedade Brasileira de Imunizações (ASBIm) desenvolve uma nova campanha chamada “Paralisia Infantil – A Ameaça Está de Volta”. Com o propósito de aumentar a adesão à vacinação contra o vírus que causa a poliomielite, a campanha o Ministério da Saúde promove a campanha.

Expectativa da nova campanha contra a Paralisia Infantil

Assim, as ações da campanha estão sendo feitas através de um site com domínio próprio e impulsionadas com a hashtag #VacinarParaNãoVoltar nas redes sociais, junto a profissionais de saúde. O intuito é que funcione como incentivo, conscientizando a população para que vacine as crianças. Prorrogada até 31 de outubro, a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação alerta para a preocupante diminuição da cobertura vacinal no país.

Três em cada dez bebês brasileiros nascidos em 2021 não tomaram as doses da vacina intramuscular contra a poliomielite, recomendadas e previstas para os 2, 4 e 6 meses de idade. Para proteção completa, são necessárias doses de reforço em gotinhas aos 15 meses e aos 4 anos de idade. No entanto, apenas 54% das crianças completaram o esquema de vacinação no último ano, segundo o o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Isso embora o objetivo seja atingir 95% de crianças vacinadas para garantir a imunidade coletiva.

Leia também: Brasil corre risco de surto de poliomielite?

Histórico, novos casos e as potenciais consequências da poliomielite

O Zé Gotinha foi criado para conscientizar sobre a importância da vacinação contra o vírus da poliomielite, com objetivo de tornar o evento mais atraente para as crianças. (Imagem: Divulgação)

O que mais preocupa os cientistas é o fato de que a queda da cobertura de vacinação coincide com o retorno de casos em locais em que a doença foi erradicada: Estados Unidos, Malawi e Israel. O Brasil registrou a doença em 1911 e o último caso teve confirmação em 1989. Por isso, o país é um exemplo da eficácia da vacina e suas amplas campanhas de vacinação em prol da erradicação da doença.

Dependendo do caso, a poliomielite pode causar sequelas e até mesmo ser fatal. Apesar de a maioria das pessoas que contrai o poliovírus selvagem não apresentar sintomas, o agravamento da infecção pode levar à paralisia irreversível dos membros, sendo as pernas acometidas com maior frequência. E entre os pacientes que sofrem de poliomielite paralítica, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.