A Medicina está em constante evolução. Dia após dia novos estudos surgem, chegando a conclusões até então desconhecidas. A associação entre apneia do sono
Julia Monsores | 5 de Junho de 2021 às 12:00
A Medicina está em constante evolução. Dia após dia novos estudos surgem, chegando a conclusões até então desconhecidas. A associação entre apneia do sono e maiores riscos de demência, por exemplo, é uma descoberta nova. E de grande importância para muitas pessoas que sofrem dessa doença.
Na edição de junho da Revista Seleções, trouxemos algumas notícias de saúde. Confira e fique por dentro das novidades!
Um certo declínio cognitivo com a idade não é raro nem preocupante. Mas, se você tiver mais dificuldade com avaliações, linguagem ou memória do que seria de esperar em sua idade, o médico pode diagnosticar se há declínio cognitivo leve (DCL).
Esse problema aumenta o risco de progressão até a demência. No entanto, num estudo coreano com quase 250 mil pessoas com DCL, os participantes que fizeram exercícios mais do que uma vez por semana tiveram 18% menos probabilidade de desenvolver doença de Alzheimer. A atividade física pode nos proteger por aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro ou por aumentar a produção de moléculas que ajudam os neurônios a crescer.
Confira outras 5 novidades surpreendentes sobre a demência!
Milhões de pessoas tomam multivitamínicos todos os dias e acham que esse hábito lhes faz bem. Numa investigação liderada por Harvard, pessoas que usavam esses suplementos classificaram sua saúde geral 30% acima da autoavaliação das que não usavam. Acontece que, na verdade, os dois grupos tinham um nível comparável de bem-estar, tanto físico
quanto mental.
É possível que as pessoas com disposição mais positiva se sintam mais atraídas pelos multivitamínicos ou que tomá-los incentive a pessoa a se considerar saudável.
Seja como for, talvez esses produtos não valham o que custam, a não ser que você faça uma alimentação mais restrita (vegana ou sem glúten), esteja grávida ou sofra de alguma doença que exija a suplementação.
A forma ideal de medir a pressão é nos dois braços, de acordo com diretrizes internacionais. Mas, na vida real, isso só acontece, no máximo, metade das vezes, mesmo no consultório médico. Verificar nos dois braços é importante porque,
quando as artérias enrijecem, um lado em geral é mais afetado que o outro, e o aparelho de pressão consegue registrar.
Uma disparidade leve não causa preocupação, mas uma diferença de 10 mmHg no número sistólico pode ser um sintoma de problema cardiovascular.
A próxima vez que for ao médico, peça a ele que avalie sua pressão nos dois braços.
Embora estejam na moda para emagrecer, as dietas cetogênicas têm sido usadas com sucesso há mais de um século para reduzir convulsões em crianças.
Mais recentemente, elas também foram eficazes em quase 60% dos adultos com epilepsia resistente a medicamentos. As dietas cetogênicas são ricas em gordura e pobres em carboidratos e forçam o organismo a usar a gordura como fonte de energia em vez da fonte principal, a glicose da decomposição dos carboidratos.
Embora não se saiba por que essa mudança metabólica diminui as convulsões, o fato é que isso acontece. Se pensa em
experimentar a dieta cetogênica por essa razão, não aja por conta própria; é preciso treinamento e acompanhamento de profissionais de saúde para que ela seja implementada com segurança e eficácia.
Ao comparar a ficha veterinária dos animais com a ficha médica dos donos, pesquisadores suecos encontraram uma tendência. No estudo, que acompanhou 332.546 pares de humanos e animais por até seis anos, os donos de cães diabéticos tinham probabilidade 38% maior de também sofrer da doença. Essa conexão não foi encontrada nos donos de gatos.
Como os cães tipicamente precisam dos donos humanos para se exercitar, a atividade física insuficiente pode ser o principal fator em comum. De qualquer modo, caso o veterinário diagnostique o diabetes de seu cão, seria bom examinar seu estilo de vida e seus fatores de risco.
Se tomar injeção lhe provoca caretas, isso pode ser bom. Participantes americanos de um estudo tiveram de fazer várias expressões faciais enquanto recebiam uma injeção. Os que fizeram caretas ou deram um sorriso genuíno que envolvesse
boca e olhos relataram cerca de 40% menos dor do que quem manteve a expressão estoica.
Em muitos países, é ilegal dirigir com concentração de álcool no sangue acima de 0,05%. No entanto, novas pesquisas indicam que a capacidade de processar movimentos visuais já fica comprometida a 0,015%. Em outras palavras, não custa nada arranjar uma carona, mesmo que você só tenha tomado meia cerveja.
Um dos transtornos do sono mais comuns, a apneia obstrutiva do sono (AOS) afeta cerca de um bilhão de pessoas no mundo inteiro. Nela, os músculos do fundo da garganta relaxam demais durante o sono e criam uma passagem mais estreita para o ar, que faz a respiração parar e recomeçar.
Quando isso acontece, o ciclo do sono é interrompido, e as pessoas que têm apneia passam o dia inteiro cansadas. Não tratada, a apneia aumenta cinco vezes o risco de morte por doença cardíaca. Um estudo finlandês recente avaliou um dos motivos desse risco ao gravar o ritmo cardíaco noturno de pacientes com AOS.
Quando o corpo fica sem oxigênio e acorda de repente, há um surto de atividade no sistema nervoso simpático que libera hormônios do estresse. Quanto mais longa a interrupção da respiração do participante, mais rápido o coração disparava e mais o ritmo cardíaco variava a curto prazo. Com o tempo, isso força o sistema cardiovascular.
Felizmente, há tratamentos que funcionam bem para a AOS. Os casos leves podem melhorar com mudanças do estilo de vida, como parar de fumar ou emagrecer. Nos casos graves, a solução mais eficaz é a pressão positiva contínua nas vias aéreas, conhecida como CPAP: uma máquina que bombeia um fluxo de ar constante na garganta por meio de uma máscara.
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