Mulher ignora sintoma “normal” da gravidez e quase perde a vida

Após uma cesárea, Anne enfrentou uma emergência médica que quase custou sua vida, revelando os perigos da embolia pulmonar.

Douglas Neves | 6 de Novembro de 2025 às 14:10

Após a cesariana, Anne Darlaa, de 31 anos, teve que passar por um cirurgia de peito aberto. - Reprodução/Instagram/Anne Darlaa

O que começou como uma gravidez tranquila terminou em um dos momentos mais assustadores da vida de Anne Darlaa, de 31 anos. Um dia depois do parto, ela se viu lutando para respirar e descobriu que estava prestes a enfrentar uma cirurgia cardíaca de emergência.

Um colapso inesperado após o parto

Anne, que mora em Kota Kinabalu, na Malásia, havia optado por uma cesariana após saber que seu bebê, apesar de saudável, estava pesando cerca de 8 kg. No início tudo parecia correr bem, mas poucas horas após o nascimento do filho, algo mudou.

“No dia seguinte ao parto, as enfermeiras me ajudaram a levantar para ir ao banheiro e, assim que fiquei de pé, tudo escureceu e eu desmaiei. Eu não conseguia respirar”, contou Anne em entrevista à Newsweek. “Eu me lembro de implorar por oxigênio. Eu estava aterrorizada”, relembra.

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Exames e uma tomografia revelaram a causa: um coágulo bloqueava um dos vasos sanguíneos do coração. Os médicos explicaram para Anne que essa condição era conhecida como embolia pulmonar.

O que é embolia pulmonar?

De acordo com o Johns Hopkins Medicine, a embolia pulmonar ocorre quando um coágulo de sangue, geralmente formado nas pernas, se desprende e vai parar nos pulmões, bloqueando o fluxo de sangue e oxigênio. É uma emergência médica grave, que pode causar colapso cardiovascular se não for tratada a tempo.

Durante a gestação e o pós-parto, o risco de desenvolver tromboses e embolias aumenta até cinco vezes, segundo o UT Southwestern Medical Center. Isso acontece porque o organismo da mulher passa a produzir mais substâncias que ajudam na coagulação, como uma forma natural de prevenir hemorragias durante o parto.

Sintomas que muitas gestantes ignoram

Anne conta que durante a gravidez havia sentido falta de ar e um peso no peito. “Achei que era normal da gravidez. Eu estava cansada, inchada e com o bebê grande. Nunca imaginei que fosse algo grave”, diz.

Por serem muito comuns durante a gestação, muitas mulheres acabam ignorando os sintomas da embolia pulmonar e não relatam ao médico. Os principais sinais de uma embolia pulmonar incluem:

Anne deu à luz no dia 9 de setembro e se sentia dividida entre a felicidade de segurar o filho e uma sensação inexplicável de alerta.

“Eu estava aliviada, mas também assustada. Sentia um peso estranho no peito. Tentei me convencer de que era só o cansaço, mas, no fundo, sabia que algo estava errado”, conta. Um dia depois, o colapso veio. Ela precisou passar por uma cirurgia de coração aberto para remover o coágulo. O procedimento salvou sua vida.

A recuperação e as lições aprendidas

Sem poder carregar o bebê nos primeiros dias, Anne enfrentou um dos maiores desafios da maternidade: a impotência.

"No início, foi de partir o coração não ser capaz de levantar ou cuidar do meu bebê da maneira que eu sonhava, mas também me ensinou paciência, gratidão e resiliência", desabafou Anne em entrevista à Newsweek.

Com o tempo, ela aprendeu a olhar para a própria recuperação com mais paciência e gratidão.

“Meu corpo passou por algo impensável. Agora, cada pequeno momento com meu filho é um milagre.”
Em suas redes sociais, a história emocionou milhares de pessoas. Em um post no Threads, ela escreveu: “Meu corpo ainda está se curando para que eu possa estar aqui por ele.”

Anne recebeu apoio de seguidores. Uma delas respondeu: “Você não falhou como mãe. Você sobreviveu. E um dia, seu filho vai dizer o quão sortudo ele é por você ter sobrevivido. Seja gentil consigo mesma.”

De acordo com os médicos, a recuperação completa de Anne pode levar meses ou talvez um ano, mas ela já dá passos firmes em direção à cura.

"Minha recuperação tem sido muito delicada. Eu ainda tenho que ter cuidado com meu meito por causa dos pontos. Então eu só posso segurar o meu bebê por um curto período de tempo com apoio. É difícil porque tudo o que eu quero é afagá-lo e carregá-lo como qualquer mãe faria, mas eu aprendi a ser paciente e me concentrar na cura. Todos os dias eu fico um pouco mais forte, e sei que em breve serei capaz de segurá-lo sem medo ou dor."

Histórias como a de Anne nos lembram da força e da fragilidade da vida. Quer se inspirar com mais relatos reais e informações de saúde confiáveis? Assine a Revista Seleções e receba todo mês histórias que emocionam e ensinam.

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