Comum no sal de cozinha, o iodo é um mineral essencial para o funcionamento adequado do nosso corpo. Veja como ele influencia na sua saúde!
Embora o nosso organismo precise de apenas pequenas quantidades de iodo, ainda assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,6 bilhão de pessoas no mundo ainda sofre com deficiência de iodo.
O iodo é um mineral tão importante para a nossa saúde que, desde a década de 1920, ele passou a ser adicionado ao sal de cozinha para combater doenças graves, como o bócio e até mesmo o cretinismo – uma forma de deficiência mental causada pela falta desse nutriente. Desde então, o sal iodado se tornou uma das estratégias de saúde pública mais bem-sucedidas da história.
Mesmo que não nos demos conta do consumo diário de iodo, a sua ausência pode levar a problemas sérios de saúde e afetar diretamente o metabolismo, o funcionamento da tireoide, o desenvolvimento do cérebro e até mesmo a fertilidade.
O que é o iodo e para que serve no corpo
O iodo é um micronutriente essencial e possui apenas uma função conhecida no corpo: servir de matéria-prima para a glândula tireoide produzir os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Esses hormônios atuam em praticamente todas as células do corpo, regulando o metabolismo, a energia, o crescimento e o desenvolvimento neurológico.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a ingestão adequada de iodo é especialmente importante em fases críticas da vida, como na gestação e na infância, quando a deficiência pode comprometer o desenvolvimento cerebral do bebê e causar problemas cognitivos duradouros.
Além da tireoide, o mineral também influencia:
- o funcionamento dos nervos e músculos;
- o equilíbrio da quebra de proteínas, gorduras e carboidratos;
- a saúde de unhas, pele e cabelos.
Em resumo, quando nos perguntamos “para o que serve o iodo adicionado no sal de cozinha”, a resposta vai muito além da tireoide: ele é essencial para o bom funcionamento de todo o corpo.
Quais os sintomas da deficiência de iodo?
A deficiência de iodo ainda é considerada um problema de saúde pública em várias regiões do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo níveis moderados de carência podem afetar o cérebro em desenvolvimento e reduzir o QI médio em até 13 pontos em comunidades afetadas.
Entre os principais sintomas da falta de iodo estão:
- Aumento da tireoide, visível como inchaço no pescoço;
- Fadiga constante e baixa energia;
- Pele seca e unhas quebradiças;
- Voz rouca e lentidão nos reflexos;
- Alterações cognitivas, como dificuldade de concentração e diminuição da lucidez;
- Infertilidade e maior risco de aborto espontâneo;
- Em gestantes, pode causar comprometimento do desenvolvimento cerebral do bebê.
Embora a deficiência de iodo tenha uma relação direta com problema na tireoide, você não deve deixar de consultar um médico para investigar outras doenças. Ao perceber sintomas persistentes como os listados acima, é fundamental procurar um endocrinologista para avaliação adequada.
Quanto de iodo você precisa por dia?
A quantidade de iodo recomendada diariamente varia de acordo com a idade e a fase da vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), os valores médios são:
- Adultos: 150 mcg por dia
- Gestantes: 220 a 250 mcg por dia
- Mulheres em fase de amamentação: 250 a 290 mcg por dia
- Crianças (1 a 8 anos): 90 mcg por dia
- Crianças (9 a 13 anos): 120 mcg por dia
- Adolescentes (14 a 18 anos): 150 mcg por dia
A maioria das pessoas atinge esse valor apenas com o consumo de sal iodado. No entanto, o consumo em excesso de iodo também pode trazer problemas e, por isso, não é indicado usar suplementos de iodo sem a indicação de um especialista.
A ingestão exagerada (geralmente por suplementação sem acompanhamento médico) pode provocar gosto metálico na boca, náuseas e vômitos, diarreia, inchaço nas glândulas salivares, alterações na função da tireoide, como hipertireoidismo ou hipotireoidismo induzido.
Principais fontes de iodo na alimentação
Como explicado acima, a forma mais comum de garantir o consumo adequado de iodo é pelo sal de cozinha iodado. No entanto, ele também está presente em diversos alimentos que podem fazer parte da dieta diária.
Alimentos ricos em iodo
- Sal iodado – principal fonte no Brasil, recomendado em até 6 g por dia (o equivalente a 1 colher de chá).
- Peixes de água salgada – como bacalhau, atum e salmão.
- Frutos do mar – camarão, mariscos e ostras.
- Algas marinhas – ricas em iodo, mas devem ser consumidas com moderação.
- Laticínios – leite, queijo e iogurte.
- Ovos – especialmente a gema.
- Pães e bolos industrializados – feitos com condicionadores de massa que contêm iodo.
Tabela de alimentos com iodo (valores aproximados por porção)

Alguns alimentos chamados de bociogênicos podem atrapalhar a absorção do iodo quando consumidos em excesso, como soja e derivados, couve, brócolis, couve-flor e repolho crus em grande quantidade.
Mas isso não significa que esses alimentos devem ser evitados, mas sim que devem ser consumidos com moderação e variedade na dieta.
O iodo pode parecer um detalhe na alimentação, já que o corpo precisa dele em quantidades mínimas. Mas a verdade é que ele faz uma enorme diferença para a saúde da tireoide, do metabolismo, da energia e até do desenvolvimento cerebral. Ao garantir esse mineral essencial no dia a dia, seja pelo uso do sal iodado ou pela inclusão de alimentos ricos em iodo, você protege não só sua saúde, mas também contribui para um futuro mais equilibrado e consciente.