Uma inflamação crônica ocorre quando as defesas do sistema imune são acionadas e ficam ligadas. Confira os perigos para a saúde!
Julia Monsores | 29 de Abril de 2021 às 20:00
A inflamação é um efeito colateral do trabalho do sistema imunológico. No entanto, na inflamação crônica as defesas do sistema imune são acionadas e permanecem ligadas. Os médicos descobriram muitos fatores que podem causar inflamação crônica nas artérias: infecções menores, como a gengivite ou a bactéria H. pylori, causadora da úlcera de estômago; substâncias liberadas pelo excesso de gordura na barriga; e até mesmo o envelhecimento.
A inflamação crônica é nociva para o coração por contribuir para o acúmulo de placa nas artérias. Funciona deste jeito: quando as substâncias químicas inflamatórias descobrem as partículas de LDL nas paredes arteriais, enviam os macrófagos para erradicar o “mau” colesterol. Os subprodutos desse ataque são as células espumosas (partículas de LDL oxidado), que formam a base da placa.
À medida que a placa cresce, desenvolve uma capa rígida e fibrosa, mas os compostos inflamatórios podem enfraquecer essa capa protetora, tornando-a suscetível à ruptura e a sua liberação na corrente sanguínea. Outros compostos inflamatórios estimulam a coagulação e, quando duradoura, a inflamação de baixa intensidade promove uma oferta constante desses compostos na corrente sanguínea, podendo, também, levar ao ataque cardíaco.
A ligação entre inflamações internas e doenças cardíacas só foi identificada nos últimos anos. Agora sabemos que as inflamações crônicas podem ajudar os médicos a predizer quais pacientes com níveis de colesterol quase normais podem evoluir para um ataque cardíaco.
Até o momento, não existem remédios para inflamações crônicas, embora as estatinas, os betabloqueadores e a aspirina em doses pequenas possam atuar como anti-inflamatórios. Os médicos investigam se doses baixas de antibióticos são apropriadas para pessoas com infecções menores. Além disso, você sabia que existem alimentos que atuam como anti-inflamatórios naturais? Conheça-os!
Como diagnóstico, os médicos utilizam um exame de sangue para um marcador inflamatório chamado Proteína C-Reativa (PCR). Este exame de alta sensibilidade está se tornando rotineiro no tratamento cardiovascular.
O autotratamento é bastante viável para a maioria das pessoas – mas apenas quando se trata o corpo todo. O uso de fio dental, por exemplo, é importante para erradicar infecções gengivais. O cuidado com a digestão é importante para minimizar as bactérias causadoras de úlceras.
Além disso, tente reduzir a gordura corporal consumindo a maior quantidade possível de ácidos graxos ômega-3, que diminuem a inflamação e são encontrados em peixes de água fria, em nozes, no óleo de linhaça e no óleo de peixe.