Entenda como implante cerebral com IA pode beneficiar o tratamento de tetraplegia e como isso é possível.
A Inteligência Artificial pode ser usada para o entretenimento e vem se popularizando cada vez mais, contudo, a IA também pode ser implementada na medicina. A IA acabou sendo utilizada para auxiliar na reabilitação de pessoas com paralisia severa e um homem tetraplégico nos Estados Unidos conseguiu, com a ajuda de um implante cerebral conectado à inteligência artificial, não apenas mover braços e mãos, mas “sentir” objetos usando as mãos de outra pessoa.
Entenda o procedimento
Durante um longo procedimento cirúrgico, foi implantado no cérebro do paciente um chip com sensores que captam sinais neurais associados à intenção de movimento, e um sistema de IA que decodifica esses sinais, gerando comandos para ativar os músculos ou membros de outra pessoa ou de um dispositivo externo. Pouco tempo após a ativação do sistema, o paciente relatou que pôde sentir a textura dos objetos, como se sua consciência estivesse “emprestando” as mãos de alguém.
Segundo o relatório dos pesquisadores, a IA aprendeu a interpretar padrões de atividade cerebral exclusivos do paciente e os traduziu em estímulos motores/sensoriais precisos.
Por que isso é tão relevante
Como mencionamos acima, o que antes era considerado ficção científica, acabou se tornando realidade. E, para quem lida com tetraplegia, isso representa uma janela de possibilidades até então inexplorada, uma vez que indivíduos com paralisia dos quatro membros enfrentam limitações físicas imensas.
Embora exoesqueletos, interfaces cérebro-computador e próteses já existam, muitos sistemas falham em integrar sensação tátil e envolvimento emocional com o movimento. Neste caso, o paciente não só “movimenta” como “sente”, o que eleva o grau de naturalidade e controle da experiência. Esta convergência entre neurologia, IA e mecânica corporal pode abrir caminho para reabilitações mais eficazes, mais humanas e com maior autonomia para o paciente.
Apesar dos resultados promissores, ainda há diversos desafios a serem superados, como por exemplo, a segurança e a durabilidade dos implantes cerebrais, que continuam em debate, já que questões como infecções, rejeições e manutenção a longo prazo são preocupações reais.
Além disso, a generalização dessa tecnologia para diferentes tipos de lesão ou graus de paralisia ainda requer muitos estudos e testes clínicos. Também há dilemas éticos importantes a considerar, como definir quem realmente “controla” o corpo, quem é responsável por movimentos ou sensações e como garantir o consentimento pleno dos envolvidos. Por fim, o alto custo e a necessidade de infraestrutura tecnológica avançada ainda limitam o acesso e impedem que a técnica seja aplicada em larga escala.