A ideia pode ser meio nojenta, mas o nariz produz muco o tempo todo – e isso é bom. Essa secreção grudenta prende e neutraliza poeira, poluição e germes,
Julia Monsores | 18 de Setembro de 2019 às 17:00
A ideia pode ser meio nojenta, mas o nariz produz muco o tempo todo – e isso é bom. Essa secreção grudenta prende e neutraliza poeira, poluição e germes, e assim nos protege de infecções e irritações das vias aéreas. Também umidifica o ar que respiramos e hidrata o nariz, impedindo que seu revestimento seque e rache.
Em circunstâncias normais e saudáveis, o muco nasal é simplesmente engolido, sem causar desconforto. Mas, quando muito espesso ou copioso, é possível ter consciência de sua drenagem do nariz para a garganta. A pessoa pode ter tosse, dor, coceira, voz rouca ou necessidade frequente de pigarrear.
Chamado de gotejamento pós-nasal, esse sintoma incômodo pode ser causado por várias doenças. Os gatilhos mais comuns são a rinite alérgica e gripes e resfriados, que levam o organismo a produzir mais muco ou alterar sua textura para se livrar dos patógenos (ou do que acha que são patógenos, no caso das alergias).
A pessoa pode ter tosse, dor, coceira, voz rouca ou necessidade frequente de pigarrear. Chamado de gotejamento pós-nasal, esse sintoma incômodo pode ser causado por várias doenças.
Os gatilhos mais comuns são a rinite alérgica e gripes e resfriados, que levam o organismo a produzir mais muco ou alterar sua textura para se livrar dos patógenos (ou do que acha que são patógenos, no caso das alergias). Mais raramente, a culpa é das sinusites bacterianas.
Mais raramente, a culpa é das sinusites bacterianas. Consulte o médico se tiver sintomas nasais sem explicação que se arrastam por mais de dez dias. Além disso, também consulte se eles piorarem em vez de melhorarem com o tempo. Ou, ainda, se forem acompanhados de febre alta e persistente. Em alguns casos, é necessário tomar antibióticos.
Se não for doença ou alergia, o culpado pode ser algum medicamento (como anticoncepcionais ou betabloqueadores), anormalidades estruturais do nariz (como pólipos nasais ou septo nasal torto ou descentralizado) ou emanações irritantes (como fumaça de cigarro ou poluição do ar).
É possível se livrar do gotejamento pós-nasal com o ataque à causa básica. Por exemplo, o médico pode trocar o medicamento ou receitar anti-histamínicos ou imunoterapia para tratar a alergia.
Mas, mesmo que não conheça a causa ou só precise esperar que passe, você ainda pode tomar providências a fim de aliviar o desconforto. Para começar, beba bastante líquido, que torna o muco mais ralo. Para dormir melhor, eleve a cabeça. Isso vai ajudar o muco nasal a ser drenado pela garganta do jeito certo, em vez de se acumular nela. Durante o dia, a inalação de vapor costuma aliviar, assim como medicamentos que liquefaçam o muco, como a guaifenesina, ou spray ou solução salina para lavar as narinas.
O gotejamento pós-nasal costuma ser tido como causa da tosse crônica. Muitas irritações persistentes da garganta estão associadas à rinite e ao excesso de muco. Às vezes, anti-histamínicos ou esteroides nasais resolvem os dois problemas.
Com mais frequência, porém, a tosse continua depois que o nariz volta ao normal, de acordo com o Dr. Lorcan McGarvey, que lidera uma pesquisa colaborativa de controle da tosse para a Sociedade Respiratória Europeia. “Experiências como essa levaram à ideia de que pode haver outro problema subjacente”, diz ele.
Agora os cientistas examinam a teoria de que, às vezes, um surto inflamatório provoca hipersensibilização duradoura dos nervos das vias respiratórias. “Isso se encaixa bem nas histórias de muitos pacientes de que a tosse é provocada até por coisas inócuas, como uma risada ou uma lufada de ar frio”, explica McGarvey.
Medicamentos contra a hipersensibilidade nevrálgica já estão nos estágios avançados dos testes clínicos. Assim, mesmo que as intervenções e outros tratamentos existentes para o gotejamento pós-nasal não melhorem sua tosse crônica, haverá esperança em breve.