Confira o relato da atriz e entenda melhor a condição de saúde que causa dor e rigidez dos ombros.
A atriz Flávia Alessandra falou sobre a síndrome do ombro congelado e outros sintomas associados à menopausa em entrevista à revista ELA, do jornal O Globo. Na conversa, Flávia chama atenção para o fato de que ainda há muita desinformação sobre as mudanças que acontecem no corpo da mulher, e que falar sobre o assunto é também um ato de generosidade para outras mulheres.
Portanto, esse é um momento oportuno para tratar de um tema que pode ser desconhecido para muitas pessoas: a síndrome do ombro congelado.
Veja o relato de Flávia Alessandra
A entrevista com a atriz foi publicada na revista ELA na quarta-feira (22), em que ela reforçou a importância de viver com autenticidade e intenção, sempre ouvindo o próprio corpo com atenção.
"Ano passado, quando eu estava chegando aos 50, eu comecei a ter insônia. Eu nunca tive, começou a me abater, e depois eu descobri que era um sintoma da menopausa. Curiosamente, uma dor esse ano que eu sentia no ombro e achava que era por conta do costeiro que usei no desfile de Carnaval como musa do Salgueiro também era um sintoma da menopausa, algo chamado de síndrome do ombro congelado", descreveu Flávia.
"Achamos que menopausa é só 'calor', mas o corpo muda de tantas formas... Desde então, passei a estudar, ler muito, conversar com médicas e outras mulheres. E percebi que falar sobre isso é quase um ato político. A gente precisa tirar o peso e o silêncio dessa fase", continuou a atriz.
O que é a síndrome do ombro congelado?
De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), a síndrome do ombro congelado é uma doença caracterizada pela rigidez articular, de forma a provocar a perda do movimento dos ombros. A condição também é conhecida como capsulite adesiva, e sua evolução é dividida em 3 fases.
O INTO afirma que o sintoma inicial é a dor forte, que piora com a movimentação. A segunda fase é a do congelamento, em que ocorre diminuição progressiva dos movimentos e a rigidez torna-se mais incômoda que a dor. Depois, na terceira fase há o 'descongelamento', e o ombro vai progressivamente retornando ao seu normal.
A síndrome pode durar de 6 meses a 2 anos, mas é fundamental procurar um ortopedista em caso de perda de movimentos e suspeita de capsulite adesiva.
Quais são as causas da síndrome de ombro congelado
O INTO explica que há casos em que a causa da capsulite adesiva não pode ser determinada, mas existem vários fatores de predisposição ao desenvolvimento da síndrome, são eles:
- Diabetes tipo 2;
- Ansiedade e depressão;
- Disfunções da tireóide;
- Colesterol alto;
- Doenças cardíacas;
- Doença de Dupuytren, também conhecida como fibromatose palmar, uma condição que causa o enrijecimento do tecido fibroso e contração dos dedos.
A capsulite também acontece após uma lesão no ombro, como uma ruptura de tendão, ou um simples traumatismo nesta região, ou também após uma cirurgia no ombro. Embora a a queda de hormônios que ocorre na menopausa possa contribuir para o desenvolvimento da síndrome do ombro congelado, ainda não há evidências de uma relação direta entre as duas condições.
Vale mencionar, porém, que a doença afeta principalmente mulheres entre 40 e 70 anos de idade. Além de Flávia Alessandra, Eliana também relatou sofrer com a capsulite associada à menopausa, o que evidencia a necessidade de ter atenção a esses sintomas.
Nesse sentido, Flávia ressalta que a menopausa a ajudou a entender melhor os sinais de seu corpo, e que é fundamental informar-se sobre seu próprio corpo e as transformações que ocorrem ao longo da vida.
"Aprendi a ouvir o meu corpo de verdade. Antes, eu empurrava tudo com a agenda cheia, o ritmo intenso, e achava que era normal viver cansada. Quando os sintomas começaram, e de formas tão inusitadas, como a dor no ombro, percebi que meu corpo estava pedindo atenção. Hoje, respeito meus limites e ajusto meu ritmo", disse a atriz.