Estudo brasileiro aponta que consumir frutose em excesso pode contribuir de forma negativa para o bem-estar.
Thyago Soares | 15 de Janeiro de 2025 às 15:20
Um novo estudo afirma que o excesso de frutose, conhecido como ‘o adoçante natural das frutas’, pode contribuir de forma grande para que ocorram processos inflamatórios corporais.
Esse tipo de açúcar é naturalmente encontrado em frutas, legumes e verduras, contudo, vem sendo utilizado amplamente pela indústria alimentícia a fim de adoçar produtos industrializados como refrigerantes e sucos.
A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, e foi publicada no periódico Nutrition. Durante os testes, que foram conduzidos em animais e laboratório, foram realizadas mais provas em 22 mulheres saudáveis entre as idades de 20 e 47 anos.
As participantes consumiram um café da manhã padronizado, acompanhado de uma bebida especialmente formulada para o estudo, com alto teor de frutose. Amostras de sangue foram coletadas em jejum e nos períodos de 30, 60, 120 e 240 minutos após a refeição. Em sessões separadas, foram fornecidas bebidas contendo glicose e sacarose, respeitando intervalos de alguns dias entre elas. Nessas ocasiões, os exames de sangue foram realizados seguindo o mesmo protocolo.
“Observamos que a frutose leva a um aumento mais significativo nas concentrações de triglicérides e de leucócitos quando comparada com a glicose e a sacarose”, afirma Ana Maria S. Rodrigues, nutricionista e principal autora do trabalho.
Os triglicérides, um tipo de gordura presente no organismo, estão associados a um maior risco de problemas cardiovasculares quando seus níveis estão elevados. Por sua vez, os leucócitos, células que compõem o sistema imunológico, atuam como indicadores de processos inflamatórios no corpo.
Rodrigues também comenta que há uma relação entre o exagero no consumo da frutose e possíveis síndromes metabólicas, como taxas elevadas de colesterol ruim, glicose elevada e até mesmo hipertensão arterial.
“Existem evidências sobre o aumento no risco do diabetes tipo 2, além da esteatose hepática não alcoólica, que é o acúmulo de gordura no fígado, e ainda, com a elevação dos níveis de ácido úrico no sangue”, afirma Gabriela Mieko, nutricionista do Espaço Einstein de Reabilitação e Esporte, do Hospital Israelita Albert Einstein, em entrevista à CNN.
Como o látex do mamão pode ajudar na cicatrização e alívio da inflamação
Trate a inflamação de imediato e impeça que ela se torne perigosa
Frutas e diabetes: saiba o que pode e o que evitar