Estudo revela conexão entre alimentação na gravidez e autismo

A alimentação é essencial para a nossa saúde e durante a gravidez não é diferente.

Thyago Soares | 7 de Novembro de 2024 às 15:11

Será que a alimentação pode gerar autismo no bebê? - nd3000 / istock

Que a alimentação pode influenciar o corpo de diversas formas e é imprescindível para uma boa saúde, não é novidade. Mas você sabia que há pesquisas que afirmam que a alimentação na gravidez pode afetar a saúde do feto? 

Em pesquisa publicada na revista científica Nature Communications, um grupo de pesquisadores aponta uma possível ligação entre o autismo e a alimentação. Segundo a publicação, isso se deve à presença de substâncias químicas derivadas do plástico no útero, chamada de BPA, ou bisfenol.

“A exposição a produtos químicos plásticos durante a gravidez já foi demonstrada em alguns estudos como associada ao subsequente autismo na prole”, declarou os cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália. 

O resultado foi possível devido a análise de exames de crianças com níveis baixos da enzima aromatase, que desempenham a função química de converter testosterona em neuro estrogênio na região do cérebro.

Os pesquisadores detectaram que as chances de desenvolver o autismo aumentaram naquelas crianças com menores índices de aromatase. O ensaio aponta que crianças nascidas de mães com níveis de BPA concentrados tinham 3,5% mais chance de ter um diagnóstico de autismo do que infantes cujas mães apresentaram baixos níveis de BPA durante a gravidez.

"Descobrimos que o BPA suprime a enzima aromatase e está associado a alterações anatômicas, neurológicas e comportamentais em camundongos machos que podem ser consistentes com o transtorno do espectro do autismo", explicou Anne-Louise Ponsonby, uma das cientistas líderes desse estudo. 

A pesquisa abre uma reflexão sobre o uso de embalagens e recipientes plásticos no dia a dia. Sobre isso, a pesquisadora pontuou: "Todos nós ingerimos produtos químicos plásticos de várias maneiras - através da ingestão de alimentos e bebidas em embalagens plásticas, inalando vapores de reformas residenciais e através da pele pelo uso de cosméticos. Há muitas maneiras pelas quais esses produtos químicos entram em nossos corpos, então não é surpreendente que o BPA estava presente em uma grande proporção das amostras de urina das mulheres que estudamos. É importante para nós entendermos como esses plásticos afetam a nossa saúde”.

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