Estudo associa Ozempic e Wegovy à doença rara (e grave) de visão

Um estudo da Universidade de Harvard constata um pequeno aumento em casos de perda de visão relacionados ao uso de Ozempic e Wegovy,

Esther Ramos | 5 de Julho de 2024 às 14:28

É sempre muito importante seguir os estudos sobre os medicamentos que você usa! - Carolina Rudah/ iStock

Oftalmologistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram uma relação preocupante entre o uso dos medicamentos Ozempic e Wegovy, fabricados pela Novo Nordisk, e um aumento no risco de desenvolvimento de uma doença ocular rara que pode resultar em cegueira, dependendo da seriedade do caso.

Essa descoberta foi feita através de estudos e observações clínicas, onde pacientes que utilizam esses medicamentos apresentaram sinais de complicações oculares graves. Vamos entender melhor:

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Entenda mais sobre o estudo

Pesquisadores identificaram pela primeira vez que pacientes que utilizam semaglutida para diabetes ou perda de peso podem ter um risco aumentado de desenvolver uma condição ocular rara, em comparação com aqueles que não usam o medicamento.

A pesquisa, publicada na revista científica "JAMA Ophthalmology" na quarta-feira (4), não prova uma relação de causa e efeito, ou seja, não descarta outras possíveis explicações para a associação com a neuropatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (NOIA-NA), uma condição que afeta o suprimento sanguíneo no nervo óptico.

O estudo destaca a necessidade de mais discussões médicas sobre o possível risco do uso da semaglutida, presente nas canetas injetáveis Ozempic e Wegovy, para obesidade e diabetes tipo 2.

Resultados e preocupações

O estudo descobriu que pessoas com diabetes que usavam semaglutida tinham quatro vezes mais chances de serem diagnosticadas com uma condição ocular rara, enquanto aquelas com sobrepeso ou obesidade eram sete vezes mais propensas a receber esse diagnóstico.

Os pesquisadores ainda não entendem completamente por que essa associação existe, ou por que houve uma diferença nos grupos diabéticos e com sobrepeso. Joseph Rizzo, diretor do Serviço de Neuro-Oftalmologia do hospital especializado Mass. Eye and Ear, destacou que essas descobertas são significativas, mas provisórias, e que estudos futuros são necessários em uma população maior e mais diversa.

Drazen Zigic/ iStock

O estudo analisou registros de mais de 17 mil pacientes do Mass Eye and Ear, tratados desde o lançamento do Ozempic em 2017, comparando aqueles que receberam prescrições de semaglutida com aqueles que usavam outros medicamentos para diabetes ou perda de peso.

O estudo observacional de 36 meses incluiu 710 adultos com diabetes tipo 2 e 979 tomando medicamentos para perda de peso. Os resultados mostraram que a taxa de diagnósticos de neuropatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (NOIA-NA) foi de 8,9% para aqueles que usavam semaglutida para diabetes tipo 2, em comparação com 1,8% para pacientes que usavam outros medicamentos para diabetes.

Entre os pacientes com sobrepeso ou obesidade, a taxa de NOIA-NA foi de 6,7% para aqueles que usavam semaglutida, em comparação com 0,8% para aqueles que usavam outros medicamentos para perda de peso.

Fontes: Metrópoles e G1 Saúde.


Tem interesse em saber mais sobre os medicamentos? Confira também: Saiba o que acontece com o corpo quando se para de tomar Ozempic, segundo estudos.

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