Saiba o que pode ocasionar uma perda gestacional tardia, tal qual a ocorrida com a jornalista Tati Machado, da Globo.
A comunicadora Tati Machado acabou surpreendendo os seus admiradores ao revelar ter passado por uma perda gestacional tardia, na 33ª semana de gestação. Esse é um evento raro e devastador que pode ocorrer após a 28ª semana de gestação e embora pouco frequente, essa condição pode resultar de diversos fatores, sendo fundamental compreender suas possíveis causas e a importância do acompanhamento pré-natal adequado.
Porque a perda gestacional tardia acontece?
Geralmente os casos de problemas na placenta costumam ser a principal causa de perda gestacional tardia. Em entrevista ao SBT New, a ginecologista, obstetra e pós-graduada em Medicina Fetal, Júlia Alencar afirma que a insuficiência placentária está entre os maiores riscos para o feto, uma vez que compromete a oxigenação e a nutrição do mesmo dentro do útero. Outras causas que podem levar a perda tardia de um feto são:
- Trombofilias: Distúrbios de coagulação, como as trombofilias, aumentam o risco de formação de coágulos que podem comprometer o fluxo sanguíneo para o feto, levando à morte fetal.
- Infecções: Infecções maternas, como toxoplasmose, sífilis, rubéola, herpes, zika e COVID-19, podem atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento fetal, resultando em óbito intrauterino.
- Complicações do cordão umbilical: Anomalias como nós verdadeiros, compressões ou enrolamentos do cordão umbilical podem interromper o suprimento de oxigênio ao feto, causando sua morte .
- Anomalias uterinas e incompetência cervical: Alterações anatômicas do útero e a incompetência istmo-cervical, onde o colo do útero se abre prematuramente, podem levar à perda do feto.
- Condições maternas crônicas: Doenças como hipertensão, diabetes não controlada e lúpus estão associadas a um maior risco de perda gestacional tardia.
Prevenção e acompanhamento
Embora nem todas as perdas gestacionais tardias possam ser evitadas, o acompanhamento pré-natal rigoroso é essencial para identificar e gerenciar riscos. Exames de imagem, como o Doppler das artérias uterinas, e monitoramento do bem-estar fetal são ferramentas importantes. Além disso, o controle de condições maternas crônicas e a atenção a sinais de alerta, como diminuição dos movimentos fetais, são fundamentais para a prevenção
A perda gestacional tardia é uma experiência profundamente dolorosa. É crucial que as famílias recebam apoio psicológico adequado para lidar com o luto e, quando desejado, planejar futuras gestações com segurança.