O extrato de Ginkgo biloba pode ter efeitos benéficos tanto no sistema circulatório como no sistema nervoso central.
Douglas Ferreira | 18 de Novembro de 2021 às 15:00
A Ginkgo biloba é uma planta medicinal comumente comercializada como tonificante para a memória. No entanto, apesar da fama, há controvérsias se esse fitoterápico realmente promove a melhora da memória ou da capacidade de concentração das pessoas. Mas, calma, isso não quer dizer que essa planta milenar não ofereça benefícios para a saúde.
O extrato de Ginkgo biloba pode ter efeitos benéficos tanto no sistema circulatório como no sistema nervoso central. Ele aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro e para as extremidades mediante a regulação do tônus e da elasticidade dos vasos sanguíneos, desde as artérias maiores até os capilares.
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Além disso, age como o ácido acetilsalicílico, reduzindo a “coagulabilidade” do sangue e, portanto, o risco de coágulos sanguíneos. A planta também possui propriedades antioxidantes, retirando da circulação compostos lesivos conhecidos como radicais livres e ajudando na manutenção da saúde das células sanguíneas.
Alguns pesquisadores informam que o Ginkgo biloba é muito útil no tratamento de problemas relacionados ao sistema nervoso. Isso porque ele ajuda a promover o transporte de oxigênio e açúcar (glicose) do sangue para as células nervosas.
O fato de que o Ginkgo biloba ajuda o sangue a fluir para o cérebro – aumentando assim o transporte de oxigênio – é especialmente importante para as pessoas idosas, cujas artérias podem estar estreitadas por depósitos de colesterol ou por outros problemas de saúde. A diminuição do fluxo sanguíneo tem sido correlacionada com a ansiedade, dores de cabeça, depressão, confusão, zumbido nos ouvidos e tontura. Todos esses problemas podem ser aliviados pelo Ginkgo.
O Ginkgo também promove o fluxo sanguíneo para braços e pernas, o que o torna valioso no alívio da dor, das cãibras e da fraqueza causadas por artérias estreitadas nas pernas, problema denominado claudicação intermitente. Existem indícios de que a planta pode aumentar a circulação para as extremidades em indivíduos com a doença de Raynaud ou mesmo ajudar as vítimas de esclerodermia, uma disfunção rara do sistema autoimune.
Além disso, alguns estudos sugerem que o Ginkgo biloba, ao aumentar o fluxo sanguíneo para as fibras nervosas dos olhos e dos ouvidos, seria valioso no tratamento da degeneração macular ou da doença ocular relacionada com o diabete (duas causas importantes de cegueira), assim como em alguns tipos de perda auditiva.
Um estudo feito com 348 indivíduos com histórico de acidente vascular cerebral, publicado no British Medical Journal, investigou os benefícios do uso do Ginkgo biloba após um AVC. Após analisar os dados, os autores constataram que o Ginkgo biloba em combinação com o tratamento com aspirina, reduziu a perda cognitiva e neurológica após o AVC isquêmico agudo, sem aumentar a incidência de eventos adversos e vasculares.
O fitoterápico é extraído das folhas, em forma de leque, da mais antiga espécie vegetal viva do planeta. Uma forma concentrada da planta, o extrato de Ginkgo biloba (EGB), é utilizada na fabricação do fitoterápico. Comumente denominado Ginkgo, o EGB é obtido por meio da secagem e da trituração das folhas e posterior extração dos ingredientes ativos em uma mistura de acetona e água.
A dosagem indicada de suplementos que contenham o extrato de Ginkgo biloba (EGB), a forma concentrada da planta, é de 120 mg ao dia de EGB, divididos em duas ou três doses. Mas, atenção, nunca tome qualquer medicamento sem antes consultar o seu médico.
Os efeitos da planta levam comumente de quatro a seis semanas, em alguns casos até 12 semanas, para serem percebidos. De modo geral, ela é considerada segura para uso prolongado nas doses preconizadas. Você pode tomar Ginkgo biloba às refeições ou não. Não há relatos de efeitos colaterais em gestantes ou lactantes que usaram essa planta.
Em casos raros, o Ginkgo biloba pode causar irritabilidade, inquietação, diarreia, náuseas ou vômitos, embora esses efeitos costumem ser leves e transitórios. As pessoas que começam a tomar Ginkgo biloba também podem sentir dor de cabeça durante o primeiro ou o segundo dia de uso. Se os efeitos colaterais forem perturbadores, interrompa o uso ou reduza a dose.