Dormir pouco afeta a saúde cerebral, segundo estudo

Entenda a pesquisa que tece ligação entre a insônia e a decadência cognitiva.

Thyago Soares | 26 de Dezembro de 2025 às 09:30

A insônia é apontada como fator contribuinte do declínio cognitivo. - Reprodução / Freepik

O sono de má qualidade pode comprometer a saúde do cérebro, sobretudo à medida que envelhecemos, segundo aponta um estudo recente envolvendo idosos. A pesquisa evidencia que a falta de descanso adequado vai muito além da sensação de cansaço no dia seguinte e que dormir bem não é apenas uma necessidade fisiológica, mas um elemento essencial para manter funções cognitivas.

Entenda a pesquisa

A pesquisa, publicada na revista Neurology pela Academia Americana de Neurologia e liderada pelo neurologista Diego Carvalho, acompanhou 2.750 idosos com idade média de 70 anos ao longo de quase seis anos. Entre os participantes, 16% tinham insônia crônica, definida como dificuldade para dormir ao menos três vezes por semana por três meses ou mais. 

Os resultados mostraram que esse grupo teve 40% mais chance de desenvolver comprometimento cognitivo leve ou demência em comparação com aqueles que não apresentavam distúrbios do sono. Os pesquisadores estimam que esse impacto equivale a cerca de 3,5 anos adicionais de envelhecimento cerebral.

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Exames de imagem realizados no estudo revelaram que os idosos com insônia tendiam a apresentar maior acúmulo de placas amiloides e alterações na substância branca do cérebro, sinais associados ao risco de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer. Além disso, participantes que relataram períodos de sono reduzido recentemente tiveram desempenho cognitivo semelhante ao de pessoas aproximadamente quatro anos mais velhas, reforçando a conexão entre menos descanso e pior desempenho mental.

Os resultados ressaltam ainda que não apenas a quantidade, mas a regularidade e a qualidade do sono influenciam a saúde cerebral. Um padrão de sono saudável ajuda a manter um ritmo circadiano sincronizado, fundamental para o funcionamento metabólico e cognitivo, enquanto a insônia e padrões irregulares podem acelerar o declínio mental com o passar do tempo. 

A pesquisa serve de alerta para o fato de que as dificuldades para dormir e a insônia não devem ser ignoradas, pois podem ser indicativos de problemas cognitivos e um fator que contribui para a progressão de distúrbios neurodegenerativos.


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