A doença vascular periférica é um sinal de alerta: suas artérias estão sendo obstruídas por placas e causando problemas circulatórios nas pernas.
Redação | 29 de Maio de 2019 às 12:00
Pense na doença vascular periférica (DVP) como a “doença cardíaca das suas pernas”. Os mesmos fatores que entopem as artérias coronárias com placas, como uma alimentação rica em gorduras e o sedentarismo, também favorecem o aparecimento de placas nas paredes arteriais das pernas. Essas placas podem bloquear o suprimento de sangue para os músculos da perna e provocar dores intensas quando você anda. As pessoas com diagnóstico de DVP têm 1 chance em 5 de terem um infarto do miocárdio ou um AVC após um ano após o diagnóstico.
Depósitos de placas nas paredes arteriais que fornecem sangue para as pernas e/ou os braços. Eles estreitam as artérias e restringem o fluxo sanguíneo para os músculos, isto é, podem provocar a formação de coágulos que bloqueiam as artérias.
Dormência ou fraqueza nas pernas; pés ou pernas frios; feridas que não cicatrizam nos pés ou nas pernas; queda de pelos ou mudanças na cor da pele das pernas e dos pés; dores ou cãibras que começam quando você está se movimentando e param quando você descansa. Metade das pessoas com DVP tem sintomas bem leves ou nenhum sintoma.
A exposição ao chumbo e ao cádmio pode aumentar o risco de DVP. Um estudo da Universidade Johns Hopkins revelou que as pessoas mais expostas a tintas com chumbo, cerâmica esmaltada com chumbo e água potável contaminada corriam um risco 65% maior do que as pessoas menos expostas. A exposição excessiva ao cádmio, substância encontrada nas emissões de usinas a carvão e de incineradores de lixo e na fumaça do cigarro aumentou em 86% o risco dessas pessoas, em comparação com as que tiveram pouca exposição.
Nesse sentido, não há nada pior para as artérias das pernas do que a fumaça do tabaco. Os milhares de substâncias tóxicas contidas no cigarro estreitam tanto as artérias que o risco de DVP para os fumantes é 10 vezes maior do que para os não fumantes.
A nicotina e as outras substâncias químicas do tabaco também enrijecem o revestimento das paredes arteriais. Isto é, aumentando a pressão arterial e ajudando a provocar mudanças no colesterol que estimulam o acúmulo de placas nas paredes das artérias. Se você já apresentar sinais de DVP, como dor nas pernas, nesse sentido, parar de fumar pode dobrar ou triplicar a distância que você conseguirá percorrer sem sentir dor.
Ter diabetes aumenta o risco de DVP em 2,5 vezes, mas se a sua glicose permanece alta (126 mg/dL, ou maior, em um exame de sangue chamado glicemia de jejum), está na hora de você tomar remédios para baixá-la. Em um estudo britânico feito com diabéticos, aqueles que mantinham a glicemia sob controle tinham uma redução de 22% no risco de apresentar problemas sérios de DVP, como dores nas pernas, ou a necessidade de cirurgia vascular ou mesmo de amputação.
De fato, níveis altos de colesterol entopem as paredes arteriais das pernas (ou dos braços) da mesma forma como fazem com as do coração. Ter um colesterol total alto (maior que 200 mg/dL) aumenta suas chances de ter DVP em inacreditáveis 90%. A melhor solução? As mesmas estratégias que protegem as artérias do coração e do cérebro. Enfim, reduzir o “mau” colesterol, ou LDL, e aumentar o “bom”, ou HDL. Siga os sábios conselhos de comer salmão em vez de bife, grãos integrais em vez de refinados. Então, encha o prato de frutas, legumes e verduras e faça exercícios no mínimo quatro dias por semana.
Em primeiro lugar, um histórico de doenças cardíacas ou AVC mais do que triplica o seu risco para DVP. Se você sobreviveu a um desses eventos perigosos, trate muito bem o seu sistema cardiovascular. Faça exercícios físicos com regularidade. Coma bem, reduza o estresse e, acima de tudo, tome os remédios prescritos pelo seu médico.
Leia sobre AVC neste link.
Assim, se você tem aquela barriguinha ou qualquer outra forma de gordura acumulada na região da cintura, trate de perdê-la. Pesquisadores espanhóis pesaram e mediram 708 homens com e sem DVP. Sobretudo, descobriram que aqueles com mais gordura abdominal corriam um risco 32% maior do que aqueles sem gordura na cintura. Além disso, os especialistas recomendam circunferência abdominal menor que 101 cm para homens. Para mulheres, aliás, menor que 89 cm .
Os homens que ingeriam 29 g de fibras por dia apresentaram um risco 33% menor de desenvolver DVP comparados com os que ingeriam apenas 13 g por dia (a média de quanto uma pessoa comum ingere), relatam os pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard. Enfim, eles examinaram mais de 44 mil homens durante 12 anos. Entretanto, aqueles que ingeriam alimentos ricos em fibras comiam grandes quantidades de grãos integrais, frutas, legumes e verduras, e, comparados aos que comiam alimentos com poucas fibras, costumavam também se exercitar mais e ingerir menos gordura, outras estratégias que ajudam a manter a saúde dos vasos sanguíneos.