70% é em quanto se reduz o risco de disfunção erétil se o homem se mantiver fisicamente ativo a partir da meia-idade.
Elen Ribera | 30 de Novembro de 2019 às 20:00
Antes de 1998, era raro ouvir alguém pronunciar as palavras disfunção erétil ou impotência sexual. Então surgiu um comprimido azul em formato de losango chamado Viagra, e, de repente, tudo mudou. A capacidade para ter e manter uma ereção estava no noticiário noturno e apimentando as tiras cômicas. Embora agora existam mais medicamentos aprovados para tratar essa disfunção sexual, mudanças simples no estilo de vida podem preveni-la.
Incapacidade de ter ou manter uma ereção.
Qualquer condição que afete a saúde dos vasos sanguíneos – doença cardíaca, diabetes, hipertensão arterial ou tabagismo – prejudica a ereção. O estresse e os problemas de relacionamento ou afetivos são outras causas.
Você acha que os antigos gregos e romanos, retratados em todas aquelas estátuas, tinham problemas de ereção? Aparentemente não, e graças ao que comiam. A dieta mediterrânea é rica em gorduras monoinsaturadas saudáveis, encontradas em alimentos como o azeite de oliva. Também é repleta de frutas, verduras, amêndoas, nozes, leguminosas, grãos integrais e peixe, e relativamente pobre em carne vermelha. Pesquisadores italianos compararam 100 homens com disfunção erétil a outros 100 sem esse problema e descobriram que aqueles cuja dieta se aproximava mais da dieta mediterrânea eram menos propensos a ter impotência sexual. Os pesquisadores especulam que o motivo seja o efeito anti-inflamatório da dieta. Inflamações contribuem para o acúmulo de placas de gordura (ateromas), estreitando os vasos sanguíneos e reduzindo o volume de sangue que flui para o pênis, dificultando a ereção.
O exercício físico não faz bem apenas aos músculos; também é bom para a ereção. Homens que se tornaram fisicamente mais ativos na meia-idade reduziram o risco de impotência sexual em 70%. Na verdade, a atividade física – não importa o tipo – reduz o risco de impotência sexual mais do que deixar de fumar, perder peso ou consumir menos bebida alcoólica.
Um estudo com 7.684 chineses descobriu que o tabagismo era responsável por cerca de um em cada cinco casos de disfunção erétil. Quanto mais você fumar, maior a probabilidade de vir a ter problemas. O estudo descobriu que fumar 20 cigarros por dia aumentava o risco em 60% se comparado a não fumar nenhum. O motivo? Fumar contrai os vasos sanguíneos e contribui para o acúmulo de placas de gordura, diminuindo o fluxo sanguíneo das artérias. E você sabe o que isso significa. Fumar também reduz os níveis de óxido nítrico – composto químico que mantém os vasos sanguíneos dilatados, incluindo os do órgão sexual masculino.
Até mesmo um dia sem fumar pode melhorar a ereção
Metade dos homens com diabetes tem problemas de ereção – duas vezes a porcentagem de homens sem a doença.
Você tem três escolhas: sildenafil, tadalafil e vardenafil. Todos elevam o nível de óxido nítrico, a substância química que ajuda a dilatar os vasos sanguíneos no pênis e a mantê-los assim, de modo que seja possível ter e sustentar uma ereção.
A principal diferença entre os três é o tempo para começarem a funcionar. O vardenafil é o que age mais rápido. Um estudo descobriu que esse comprimido começava a funcionar em apenas dez minutos e permanecia ativo por até 12 horas. No entanto, se você viajou para aproveitar um fim de semana romântico, pense em tomar tadalafil: estudos revelaram que uma dose dura até 36 horas.
Embora medicamentos como o sildenafil (Viagra) devam ser usados apenas quando necessário, estudos preliminares sugerem que tomá-los todas as noites durante um ano pode, de fato, evitar a impotência sexual após você parar de usar a medicação.
Pesquisadores alemães estudaram o desempenho sexual de 112 homens com impotência que tomaram 50 mg de sildenafil toda noite, ou 50 a 100 mg, conforme necessário, por um ano. Depois de seis meses sem tratamento, 58,3% daqueles que tomaram todas as noites tiveram ereções normais, sem medicação, comparados a apenas 8,2% dos que usaram o remédio quando necessário. Outro medicamento, o tadalafil, já foi aprovado para o uso diário.
Homens com impotência sexual correm um risco maior de desenvolver a doença de Parkinson. Pesquisadores avaliaram 32.616 prontuários e descobriram que os pacientes com história de disfunção erétil eram praticamente três vezes mais propensos a desenvolver a doença de Parkinson. A relação parece se dever a lesões no sistema nervoso autônomo, que regula funções como a respiração e a digestão. Teoricamente, identificar os motivos básicos para essa conexão poderia levar a formas de se prevenir a doença de Parkinson.
Converse com seu médico.