Uma das maiores preocupações de quem já pegou – ou até quem não pegou – coronavírus é: será que é possível contrair a doença duas vezes?
Marina Estevão | 28 de Julho de 2020 às 17:00
Uma das maiores preocupações de quem já pegou – ou até mesmo de quem não pegou – coronavírus é: será que é possível contrair a doença duas vezes?
A situação ficou ainda mais duvidosa quando, na China, uma guia turística que havia contraído Covid-19 se recuperou totalmente e, após alguns dias, os sintomas retornaram. Após alguns exames, constataram que ela havia contraído o vírus novamente. E este não é um caso isolado: ao menos 100 chineses que se curaram do coronavírus voltaram a apresentar sinais da doença.
A verdade é que o mundo inteiro ainda está aprendendo a lidar com o coronavírus, porque dia após dia os cientistas fazem uma nova descoberta. Não se sabe com precisão se uma pessoa que já contraiu o vírus pode ou não se infectar novamente. É necessário uma rede ampla de pesquisas e novos testes para poder gerar mais informações para a população em geral e, se for necessário, adotar novas políticas de saúde pública.
Por outro lado, já se sabe que outros tipos de coronavírus, que acomete os animais, por exemplo, podem ser facilmente contraídos mais de uma vez.
Há alguns casos onde ficou comprovado a possibilidade de reinfecção de outros tipos de coronavírus em morcegos, bois ou galinhas.
Porém, de acordo com pesquisas científicas atuais, a possibilidade de retransmissão do vírus em humanos é remota. Isso porque o vírus Sars-CoV-2, por enquanto, não possui mutação genética, diferente do vírus influenza (gripe), por exemplo.
Por isso, é recomendável tomar a vacina contra a influenza todos os anos, já que criamos novos tipos de imunidade. Outro exemplo é o sarampo, que também não é mutável. Para ficar imune ao sarampo, basta tomar uma única vacina ou contrair a doença apenas uma vez.
Além do vírus não ser mutável, atualmente são quase 15 milhões de infectados ao redor do mundo, e alguns casos de reinfecção em apenas três países. Ao que tudo indica, mais pessoas estão criando imunidade contra o Covid-19.
É possível que as pessoas que contraíram o coronavírus novamente logo após serem curadas seja porque resquícios do vírus ainda estejam em tecidos especiais do corpo – que não estão expostos à defesa do organismo. Dessa forma, há um retorno temporário da infecção antes do organismo se curar completamente.
Na hora da infecção, o vírus pode não estar na região da mucosa da boca, local onde é feito o diagnóstico inserindo uma haste flexível pelo nariz até chegar no começo da garganta. A ideia é colher material desse local para verificar se há sinais de coronavírus. Algumas pessoas podem não apresentar o vírus nessa região, mas o agente infeccioso pode estar escondido mais para baixo, nos pulmões.
Se o resultado for negativo, o paciente é liberado antes da hora, o que pode agravar o quadro da infecção algum tempo depois, uma vez que os sintomas voltam a aparecer pois a carga viral sobe para as vias aéreas novamente.
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico ou farmacêutico.