Você sabia que uma cirurgia reparadora também pode ter finalidade estética? Especialista explica como esses dois tipos se conectam e impactam corpo e mente
Quando se fala em cirurgia plástica, é comum associá-la apenas à estética e à busca pela aparência ideal. No entanto, essa especialidade médica vai muito além da vaidade; ela também tem um papel fundamental na reconstrução, recuperação funcional e bem-estar emocional dos pacientes.
Embora a cirurgia plástica estética seja a mais conhecida, existe também a cirurgia plástica reparadora, indicada para corrigir defeitos congênitos, sequelas de traumas ou doenças. Em muitos casos, esses dois tipos se complementam, unindo propósito funcional e estético no mesmo procedimento. Segundo o cirurgião plástico Dr. Gerson Julio, a linha que separa esses procedimentos é mais sutil do que se imagina.
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“Na verdade, o limite é muito tênue entre o que é uma cirurgia estética, puramente estética, e a cirurgia reparadora. Isso porque uma cirurgia reparadora também tem uma finalidade estética no sentido de você melhorar um contorno e não só reparar um órgão, por exemplo. Você pode fazer uma cirurgia reparadora em uma reconstrução mamária, mas você tem uma finalidade estética, quando você deixa uma mama mais semelhante à mama do outro lado, por exemplo."
De acordo com o cirurgião plástico, a reconstrução em uma cirurgia plástica pode envolver tanto a recuperação física quanto a restauração funcional de um órgão — como ocorre em reimplantes de membros, cirurgias e microcirúrgicas reparadoras ou no tratamento de queimaduras, por exemplo. O especialista destaca ainda que, mesmo nesses casos, há sempre um componente estético, voltado a restabelecer o equilíbrio, a harmonia e a simetria do corpo, tornando a diferença entre as modalidades de cirurgia bastante sutil.
Uma área influencia a outra
Na prática, é bastante comum que um procedimento reparador se una a um estético. Isso acontece tanto por questões técnicas quanto pelo desejo do paciente.
O Dr. Gerson Julio explica que é comum associar diferentes técnicas em um mesmo procedimento. Um exemplo é a correção de cicatriz combinada com lipoaspiração, que pode trazer benefícios tanto estéticos quanto funcionais — ao remover o excesso de gordura, melhora-se a qualidade da cicatriz e o resultado final. Segundo o médico, também é possível associar reconstruções mamárias a intervenções estéticas no rosto, como a blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), demonstrando como as abordagens reparadora e estética frequentemente se complementam.
Casos de rinoplastia funcional com estética são frequentes
Figuras públicas como Erika Hilton já declararam ter realizado procedimentos conjuntos, como correção do desvio de septo com rinoplastia estética algo que, segundo o especialista, é bastante comum.
“Agora, é muito comum, se você tem, por exemplo, desvio de septo, hipertrofia de cornetos, adenoides, você pode associar a funcionalidade de uma cirurgia nasal com uma cirurgia estética. Isso é muito comum, já que está operando, já aproveita e já faz as duas coisas. A grande diferença é que às vezes você tem que associar com o otorrino, então o plástico faz a parte da plástica e o otorrino faz a parte funcional", explica o especialista.
Reconstruir também é devolver autoestima
Segundo o Dr. Gerson Julio, os impactos da cirurgia plástica vão muito além da aparência. Ele explica que tanto os procedimentos reparadores quanto os estéticos podem transformar profundamente a vida de uma pessoa. Uma rinoplastia, por exemplo, pode alterar a forma como alguém se enxerga e se apresenta ao mundo; já uma cirurgia de mama pode elevar a autoestima e a autoconfiança. Para o especialista, o resultado mais significativo é o emocional, que muitas vezes supera as mudanças físicas.
Acompanhamento médico é essencial
Por fim, é essencial reforçar: toda cirurgia deve ser indicada por um médico especializado, com base em exames, histórico do paciente e necessidade real. Além disso, escolher uma clínica segura, com boas avaliações e referências confiáveis, faz toda a diferença no resultado e na segurança da operação. O acompanhamento profissional no pré e no pós-operatório também é indispensável para uma boa recuperação e para evitar riscos.