Bebidas com alta concentração de cafeína pode diminuir o risco de diabetes.
Elevadas quantidades de cafeína no sangue podem estar associadas à redução de peso e prevenção de diabetes tipo 2, aponta novo estudo publicado no periódico inglês BMJ Medicine. Divulgada no dia 14 de março, a pesquisa usou de estudos anteriores que relacionam o consumo do café, uma fonte rica de cafeína, a um menor risco de diabetes e doenças cardiovasculares.
Como o estudo foi conduzido
Para avaliar a associação entre os níveis de cafeína no sangue e a redução de adiposidade (excesso de gordura no organismo), os cientistas utilizaram o método da randomização mendeliana. Essa técnica consiste em uma análise, visando descobrir causas e efeitos de um fenômeno, por meio de evidências genéticas.
O estudo, então, concluiu que as variantes genéticas se diferenciam de acordo com a velocidade do metabolismo da cafeína no corpo, ou seja, o quão rápido ela é absorvida pelo organismo. Assim, os fatores metabólicos foram usados para calcular os níveis de cafeína e se este índice estava, de fato, associado a um IMC (Índice de Massa Corpórea) menor.
Dados de pessoas de origem européia serviram para examinar duas mutações genéticas específicas. A conclusão foi de que essas mutações correspondem a uma velocidade mais lenta do metabolismo da cafeína.
Porém, o doutor Stephen Lawrence, professor clínico da Universidade de Warwick, afirma que a avaliação mendeliana ainda é relativamente nova no campo da medicina e pode gerar inconclusões, além da própria limitação de estudo em apenas europeus.
“Isso representa uma boa ciência formadora de hipóteses ou de ideias. No entanto, não prova causa e efeito. Portanto, precisamos ser cautelosos para não nos apressarmos em interpretá-lo demais”, afirmou Lawrence, segundo o jornal The Guardian.
A cafeína como agente no índice de gordura corporal
Apesar de mais estudos clínicos serem necessárioas para investigar melhor as associações, os resultados são promissores. A potência da cafeína já foi estudada como agente na redução do risco de diabetes tipo 2.
Estudos anteriores mostraram que a ingestão de cafeína resulta em redução de peso e massa gorda, mas os efeitos a longo prazo desse consumo ainda são desconhecidos. Agora, a nova pesquisa também aponta que aproximadamente metade do efeito da cafeína contra o diabetes tipo 2 é mediado pela redução da gordura corporal.
O problema do açúcar para a ação da cafeína
O estudo engloba a cafeína, componente presente em bebidas comuns, como o café, chás e refrigerantes. Como indicado, o consumo de bebidas com alta concentração de cafeína pode abranger os benefícios estudados.
Porém, é preciso ter cuidado. A pesquisa afirmou que o consumo do açúcar, seja nos refrigerantes ou no café, pode inibir todas as ações positivas da cafeína no organismo.
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Assim, a descoberta pode levar ao aumento de uso de bebidas cafeinadas, mas sem calorias, para reduzir a obesidade e o diabetes tipo 2.