Entenda o cenário mundial e nacional da doença e porque os especialistas estão em alerta
Carol Peres | 14 de Agosto de 2024 às 10:26
Se você vem acompanhando as notícias recentemente, já deve ter notado que a doença mpox está preocupando cada vez mais os especialistas. Primeiro a Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma reunião de emergência para avaliar a possibilidade do vírus causar um surto global. Logo em seguida o Ministério da Saúde do Brasil anunciou uma conferência para debater se é preciso atualizar os planos para lidar com a doença.
Até o momento, os especialistas não consideram um surto da "varíola dos macacos" no Brasil, mas o país é o segundo do mundo com maior número de casos.
O motivo da preocupação da OMS é a disseminação do mpox fora da República Democrática do Congo, onde o registro das infecções estavam aumentando há mais de dois anos e representou 96% dos casos de junho. Essa ascensão estaria relacionada a uma nova variante que surgiu na África, chamada de Clado 1, ou Clade 1b.
Mais de 90 mil casos foram confirmados pela OMS em 116 países diferentes de janeiro de 2022 a junho de 2024. Desses números, 934 casos da doença foram registrados apenas no mês de junho deste ano. Já o número de mortes foi 208 no total, e 4 ainda em junho de 2024.
É importante ressaltar que a nova variante não seria a primeira manifestação do mpox no Brasil, visto que em 2022 houve um pico da contaminação pela "varíola dos macacos". No ano seguinte a situação melhorou um pouco, mas agora, com a confirmação de 709 casos no país em 2024, o Ministério da Saúde está em alerta para a evolução do vírus no mundo.
O país com maior número de casos confirmados de janeiro de 2022 a junho de 2024 seria os Estados Unidos, com 33.191, em seguida vem o Brasil, com 11.212 notificações e depois a Espanha, com 8.084. Lembrando que esses casos são consequência do Clado 2 do vírus.
Embora a Clade 1b ainda não tenha sido registrada fora do continente africano, é essa variante que aumenta o risco de uma situação global. Isso porque o Clado 2, que foi responsável pelo pico de contaminação visto em 2022, seria uma versão mais branda do mpox. Já a mutação apresenta uma maior taxa de transmissão e também uma maior letalidade, podendo ser até 10% mais perigosa para crianças pequenas. Além disso, não existe tratamento específico para nenhuma variação a doença.
Assim, o grande número de casos no Brasil não está ligado ao surgimento da variante Clade 1b. No entanto, as chances do vírus evoluído se espalhar em outros países é considerável, o que justifica o alerta da OMS e do Ministério de Saúde. Portanto, é essencial continuar acompanhando as notícias e as orientações dos órgão de saúde para evitar uma situação grave como a pandemia de covid-19.
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