Secretaria de Saúde abriu inquérito para investigar o motivo da alta quantidade de pacientes doentes após a cirurgia
Luana Viard | 15 de Outubro de 2024 às 16:15
Após um mutirão que realizou cirurgias de catarata em 48 pacientes no Rio Grande do Norte, oito pessoas sofreram a perda de um globo ocular. No total, 15 pacientes apresentaram complicações oculares e sintomas de endoftalmite, infecção causada pela bactéria Enterobacter cloacae.
A cirurgia integrou um mutirão realizado na Maternidade Dr. Graciliano Lordão nos dias 27 e 28 de setembro, na cidade de Parelhas, a 245 km de Natal. No segundo dia, 28 pessoas foram atendidas, enquanto 20 receberam atendimento no primeiro. Todas as pessoas afetadas pertenciam ao grupo de 20 da sexta-feira.
Tiago Tibério dos Santos , secretário de Saúde de Parelhas, comentou no g1: "Infelizmente, 15 pacientes foram acometidos pela infecção bacteriana. Destes 15, 8 tiveram que retirar o globo ocular, 4 fizeram cirurgia de vitrectomia [substituição de um gel que fica dentro do olho] e 3 seguem sendo acompanhados pelos oftalmologistas."
A Secretaria iniciou um inquérito e começará a ouvir, nesta terça-feira (15), as pessoas relacionadas ao caso, incluindo representantes da Oculare Oftalmologia Avançada LTDA, empresa responsável pelo mutirão.
Esses mutirões ocorrem na cidade desde 2022 e, segundo as autoridades, não há registro de problemas semelhantes anteriormente.
A empresa Oculare divulgou uma nota a respeito do incidente, afirmando que seguiu todos os protocolos médicos exigidos e contou com a atuação de uma oftalmologista qualificada. Além disso, se disponibilizaram para oferecer o suporte necessário.
"Assim que os primeiros casos de complicações foram relatados, a equipe médica prontamente reavaliou todos os pacientes e tomou as medidas necessárias para o tratamento imediato, disponibilizando serviço médico especializado em tempo integral. Os pacientes afetados estão recebendo toda a assistência médica, incluindo tratamento com antibióticos, conforme os melhores protocolos oftalmológicos, bem como submissão à realização de vitrectomia nos casos indicados."
A empresa enviou amostras biológicas para uma análise da Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) a fim de identificar o que pode ter causado as infecções nos pacientes submetidos às cirurgias.
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