Você já achou que estava vendo o que não existia? Esfregou os olhos e mirou novamente o objeto de sua atenção para saber se aquilo era mesmo real? O
Julia Monsores | 14 de Junho de 2020 às 14:00
Você já achou que estava vendo o que não existia? Esfregou os olhos e mirou novamente o objeto de sua atenção para saber se aquilo era mesmo real? O cérebro, essa fantástica máquina do corpo humano, pode nos induzir ao erro ao interpretar a mensagem luminosa de maneira errada.
Essas ilusões mostram os limites das capacidades de interpretação do cérebro e esclarecem também em parte o modo de funcionamento do córtex visual, que compara o que é visto com imagens armazenadas na memória.
Ou seja, a aprendizagem induz a inúmeras ilusões: o cérebro interpreta o que ele vê “como o que ele aprendeu”.
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Ao dirigir num dia de verão, temos às vezes a impressão de ver uma poça de água numa estrada completamente seca. Essa camada brilhante que reflete o céu é uma miragem. Ela é causada pelo fato de o índice de refração do ar variar de acordo com a temperatura. Em geral, o ar é mais frio em altitude do que perto do solo.
Os raios luminosos seguem portanto uma trajetória curva, e a imagem de objetos aéreos parece vir do solo. No deserto, o reflexo do céu no solo parece uma lagoa. Nas regiões polares, onde o solo é muito frio, os raios se curvam no sentido inverso: nós vemos flutuar no céu objetos situados em terra. As miragens podem ser fotografadas, o que prova que não são alucinações.
O círculo central da figura à esquerda parece maior do que o da figura à direita, quando na verdade possuem o mesmo diâmetro. Este desenho faz parte de uma vasta série de ilusões que se baseiam nessa comparação entre diferentes grandezas. O erro ocorre porque o cérebro estima o tamanho dos objetos por comparação, e não por meio de uma medida absoluta. Ou seja, um objeto colocado ao lado de um objeto semelhante de tamanho maior parecerá menor, e vice-versa.
O traço vertical deste T maiúsculo parece maior do que o traço horizontal, quando na verdade ambos têm o mesmo tamanho. Essa superestimação acontece porque é mais fácil para os olhos rastrear o horizonte do que percorrer uma direção vertical.
Neste exemplo, as linhas horizontais parecem curvas quando na verdade são retas. É um efeito de ângulo: o cérebro tende a subestimar os ângulos obtusos e a superestimar os ângulos agudos.
Em compensação, ele superestima o comprimento dos lados de um ângulo obtuso e subestima os lados de um ângulo agudo, o que explica a ilusão de Müller Lyer: a linha horizontal do alto parece mais curta do que a de baixo, quando têm o mesmo tamanho.
Quem nunca se espantou, ao colocar uma vara dentro da água, em vê-la “quebrada”? A explicação é simples: a água não possui o mesmo índice de refração que o ar. Ela envia, portanto, os raios luminosos numa direção ligeiramente diferente. É o que captam os olhos, e o cérebro não corrige, mesmo quando sabemos que a vara não está quebrada.
Nesta figura, o cérebro vê um cubo em perspectiva, mas não é capaz de decidir qual lado está na frente e qual está atrás: o cubo pode “virar” a qualquer momento. O cérebro hesita entre duas interpretações possíveis (e válidas) do desenho.
É um “objeto impossível”, é um desenho que não representa uma forma plausível em três dimensões. O cérebro, habituado a uma interpretação em volume via perspectiva, quer ver um objeto em três dimensões, que no entanto não pode existir.