6 sinais de alcoolismo e como tratar a doença

Neste Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, entenda como o excesso de bebida pode ser destrutivo e saiba como reverter essa situação.

Thaís Garcez | 18 de Fevereiro de 2021 às 11:00

tommaso79/iStock -

As bebidas alcoólicas estiveram presentes na sociedade desde muito tempo. Normalmente, as pessoas bebem para se divertir e comemorar datas especiais. Porém, o consumo acima do normal pode ser muito perigoso para quem abusa e para os que estão em volta. Mas como identificar quando se torna alcoolismo? 

O alcoolismo é uma doença, infelizmente, muito comum, mas que está sempre sendo abordada e combatida. Ações como as blitz da Lei Seca, por exemplo, buscam diminuir os acidentes causados pela bebida. O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo também é uma dessas medidas de prevenção e cuidado.

Palestras e ações informativas são realizadas durante o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (Imagem: itakdalee/iStock)

Instituído no dia 18 de fevereiro, a data tem como objetivo instruir aqueles que buscam ajuda, por meio de palestras e ações em várias cidades. Além disso, conscientizar a todos sobre os males que o alcoolismo pode causar, inclusive as doenças.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o uso nocivo de álcool é responsável por 5,3% de todas as mortes por ano no mundo. Esse chamado “uso nocivo” por si só não é necessariamente dependência, mas pode levar a esse quadro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), através da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), apresenta 6 sinais de uma possível dependência alcoólica. 

Sinais de alerta

1. Forte desejo de consumir bebidas alcoólicas

É preciso ficar atento aos sintomas de alcoolismo. (Imagem: art159/iStock)

Geralmente, as pessoas bebem socialmente durante à noite ou em momentos de folga. A bebida costuma fazer parte desses momentos, mas não é necessariamente o foco. Porém, quando o desejo de consumir bebidas alcoólicas surge a qualquer momento do dia e com muita intensidade, é hora de ligar o alerta.

2. Dificuldade de controlar o consumo

Nesse ponto, a pessoa não só tem o desejo de beber a qualquer hora do dia, como também tem dificuldade de controlar esse desejo. O início do consumo pode ser a qualquer momento e não há muito controle nem na quantidade, nem na hora de acabar. 

3. Sintomas de abstinência

Crises de ansiedade e irritação também podem ser sinais de abstinência de álcool. (Imagem: Chinnapong/iStock)

Tremores, suor, perda de apetite, entre outros, podem ser sintomas de abstinência de álcool. Há também sintomas psicológicos como irritabilidade, inquietação e nervosismo. A existência desses sintomas e o uso de bebidas alcoólicas para aliviá-los podem ser sinais de dependência.

4. Aumento da tolerância ao álcool

Quando ingerimos muito álcool, a quantidade necessária para atingir a embriaguez vai aumentando aos poucos. Dessa forma, se uma pessoa bebe muito e constantemente, ela acaba precisando de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito antes conseguido com doses menores. 

5. Trocar outros prazeres pelo álcool

A dependência de álcool tem sintomas claros. (Imagem: Nomadsoul1/iStock)

Outro sinal de dependência é quando o usuário de álcool deixa de realizar seus outros interesses para utilizar seu tempo bebendo. O trabalho, a família, os amigos, além de outras atividades são deixados de lado para passar mais tempo bebendo ou se recuperando do uso de bebidas. 

6. Insistir em beber mesmo sofrendo

Por último, é indicativo de dependência quando uma pessoa começa a sofrer os efeitos negativos do uso abusivo de álcool mas prefere continuar bebendo. Esses efeitos podem ser danos ao fígado, comprometimento do raciocínio, ou até mesmo efeitos sociais, como perda do emprego, afastamento dos amigos etc.

Como tratar o alcoolismo

O alcoolismo não tem cura, mas tem tratamento. (Imagem: fizkes/iStock)

O primeiro passo para o tratamento do alcoolismo, e qualquer outra dependência, é reconhecer que precisa de ajuda. Esse é um movimento difícil, uma vez que a pessoa que sofre da dependência tem muita dificuldade em reconhecer isso. Portanto é muito importante que amigos e familiares deem bastante apoio nesse momento.

Uma vez tomada a decisão de procurar ajuda, existem diferentes abordagens para tratar a doença. A utilização de remédios é uma delas. Para isso, o dependente pode procurar ajuda em hospitais ou clínicas de atendimento ambulatorial, dependendo de suas capacidades financeiras.

Para diminuir o consumo de álcool, a pessoa pode optar por uma desintoxicação, ou seja, quando a bebida é retirada pouco a pouco; da mesma forma que antidepressivos. Essa abordagem pode ajudar a pessoa a sofrer menos com os efeitos da abstinência. 

Existem também os encontros de Alcoólicos Anônimos (AA). Esse é um programa no qual um grupo de pessoas se reúnem e se apoiam no controle da dependência. Porém, o AA trabalha com a retirada imediata do consumo de álcool, o que pode não funcionar muito bem com algumas pessoas. 

É recomendado também o acompanhamento em terapia, para buscar em cada pessoa os motivos que a levam a beber. Dessa forma, o dependente pode criar novas alternativas para lidar com seus problemas que não envolvam a bebida. 

Onde procurar ajuda

(Imagem: grinvalds/iStock)

Pelo SUS, de forma gratuita, a pessoa que sofre com o alcoolismo pode procurar o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) da sua região. No caso de um atendimento de emergência, veja se sua cidade possui uma unidade do CAPS-AD III, que funciona 24 horas. 

Também para emergências, o AA oferece uma linha de ajuda 24 horas pelo telefone: (11) 3315-9333. Também é possível contatá-los pelo site https://www.aa.org.br/. Algumas Universidades Públicas também oferecem atendimento médico e psicológico gratuito em suas unidades, vale a pena procurar.  

Contudo, independente do tratamento escolhido, é preciso lembrar que alcoolismo é uma doença que ainda não tem cura. Portanto, é preciso continuar atento e persistente, ainda que já esteja sóbrio, pois o alcoolismo retorna rapidamente.

Apenas uma dose pode ser suficiente para que uma pessoa que não bebe há 10 anos volte a sofrer muito com essa doença.