O que é whey protein? Quais são seus benefícios? Como ele atua? Confira a resposta dessa e de outras perguntas sobre o suplemento.
Na lista dos suplementos preferidos dos atletas, o whey protein é um dos mais conhecidos e utilizados. Obtido a partir da proteína do soro do leite, ele traz todos os aminoácidos essenciais para a recuperação e construção muscular.
Ele pode ser encontrado em sua forma concentrada, isolada ou hidrolisada, e pode ser tomado puro, misturado na água, ou em shakes, batido com leite e frutas.
Para explicar melhor como esse suplemento atua no organismo, quem pode tomar, quais são seus benefícios, além de outras questões pertinentes ao produto, conversamos com o Dr. Guilherme Giorelli*, nutrólogo, médico do Esporte e Exercício e coordenador da Pós-Graduação do Albert Einstein.
Quem pode tomar whey protein?
As proteínas são essenciais para o reparo e construção da massa muscular após o exercício. Mas apesar de ser muito consumido por atletas, o Dr. Guilherme Giorelli explica que o whey protein também pode ser utilizado para outros fins.
“O whey protein é a proteína do soro do leite. Ele pode ser usado no exercício físico; em crianças, e até em pacientes internados em uma UTI. Isso ocorre porque whey protein é uma proteína de alto valor biológico e de fácil absorção”, explica.
Assim, de acordo com o Dr., toda vez que uma pessoa precisar aumentar o consumo de proteína, é possível utilizar esse suplemento.
“Seja para uma criança com dificuldade de digestão, um idoso com inflamação de uma doença, ou alguém que está aumentando a intensidade do exercício”, afirma.
Qual é o melhor horário para tomar? Antes, durante ou no pós-treino?
Outra dúvida muito comum sobre esse suplemento gira em torno do melhor horário para consumi-lo. Por muito tempo, acreditou-se que para fazer efeito esse suplemento precisava ser consumido logo após o treino, na chamada “janela de oportunidade”, que somente duraria trinta minutos. Caso contrário, seus resultados seriam prejudicados.
No entanto, diversos estudos já desmistificaram essa ideia. E revelaram que consumir o suplemento logo após o exercício não traz melhores resultados no ganho de massa muscular. Desse modo, cabe a própria pessoa decidir quando é melhor tomar — assim como decidir se irá tomar puro, com água, ou batido com frutas, iogurte, entre outras possibilidades.
Outra informação trazida pelo Dr. Guilherme Giorelli é sobre a importância de não consumir esse suplemento com outras fontes de proteína.
“O exercício físico provoca muitas mudanças no nosso organismo, entre elas está o fato de aumentar a absorção de proteínas. Por isso, é famosa a ideia de usar o whey protein no pós-treino. Entretanto, nosso organismo tem uma capacidade máxima de absorção de proteína por hora. Desta forma, o whey protein deve ser usado longe do horário de consumo das outras proteínas alimentares”, explica.
Desse modo, se você pretende malhar no final da manhã, por exemplo, não é interessante tomar o suplemento depois do treino caso pretenda almoçar logo em seguida. Nesse caso, vale a pena consumir antes.
Em alguns casos, o consumo de whey protein durante a prática de exercícios físicos também pode provocar desconfortos gástricos. Por isso esteja atento para não prejudicar o seu desempenho e converse com seu nutricionista para estabelecer o melhor horário de consumo.
Quero emagrecer… posso tomar?
Quem deseja reduzir as medidas também pode utilizar esse suplemento a seu favor. E isso porque ele aumenta a saciedade, e assim faz com que a ingestão de calorias seja menor ao longo do dia.
“O whey protein consegue atuar sobre as incretinas – que são hormônios produzidos no intestino após a alimentação. E entre as incretinas que o suplemento atua está o GLP-1, um hormônio que aumenta a saciedade”, explica o Dr. Giorelli.
No entanto, se não estiver dentro de uma dieta balanceada, o whey protein pode, sim, engodar. Por isso, é importante consultar seu médico nutrólogo ou nutricionista e escolher a opção com menos açúcar.
Whey protein concentrado, isolado ou hidrolisado?
Entre as opções disponíveis no mercado, é possível encontrar três versões desse suplemento, que variam em preço e propriedades nutricionais.
“Os whey se dividem em dois tipos: concentrado e isolado. A principal diferença entre eles é a concentração de proteína. Enquanto o concentrado tem, em média, 80% de proteína na composição, o isolado obtém níveis acima de 90%. Uma outra categoria existente é a dos whey hidrolisados, que podem ser tanto concentrados quanto isolados. Esse tipo passa por um chamado hidrólise, em que as moléculas de proteína são quebradas em peptídeos e garantem uma velocidade maior de absorção”, explica.
O suplemento em sua forma concentrada costuma ser mais barato, no entanto, além de menores concentrações proteicas também apresenta mais carboidratos e gorduras em sua composição.
Já o isolado, que costuma ser mais caro, tem uma maior concentração de proteína e absorção mais rápida pelo organismo.
Quanto tomar por dia?
Ao fazer a suplementação de proteína com whey protein, é preciso atentar-se para as quantidades recomendadas. Geralmente, praticantes de exercícios físicos precisam de 1,2 a 2 gramas de proteína por quilo de peso corporal.
Mas o Dr. explica que essa não é uma média universal. “As indicações são da quantidade total de proteína por dia e variam de acordo com o peso da pessoa”, explica.
Além disso, é importante variar as fontes de proteína e não garantir sua fonte total apenas com a suplementação.
“Cada alimento rico em proteína possui junto outros tipos de nutrientes. O whey protein substitui apenas a parte das proteínas. Portanto, uma alimentação balanceada com os gastos de energia de cada pessoa, continua sendo essencial com ou sem o uso de whey protein”, explica.
E vale lembrar que a ingestão excessiva de proteínas (acima de 2,5 gramas por quilo de peso corporal) pode causar prejuízos à saúde, como sobrecarga no fígado e nos rins.
* Dr. Guilherme Giorelli é nutrólogo e médico do esporte e exercício. É Coordenador e professor da pós-graduação de Nutrologia do Hospital Albert Einstein, além de ser diretor do SMEERJ (Sociedade de Medicina Esportiva e do Exercício do Rio de Janeiro) e coordenador do Nutrology Academy.