No século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, surgia Mata Hari a espiã mais famosa e controversa do século. Saiba mais sobre a história dessa lenda!
Redação | 19 de Junho de 2019 às 14:00
Em julho de 1917, no auge da Primeira Guerra Mundial, Margaretha Geertruida Zelle, aliás Mata Hari, foi julgada em Paris por um tribunal militar. Era acusada de ter passado segredos militares franceses ao inimigo alemão, tão vitais que custaram nada menos que 50.000 vidas francesas, segundo afirmava o promotor de justiça. As angustiadas declarações de inocência de Margaretha constituíram uma sensacional narrativa de sexo e espionagem, em que ninguém acreditou. O tribunal não hesitou em declará-la culpada e condená-la à morte.
No entanto, os fatos mostram que ela foi mais uma vítima das circunstâncias do que uma perigosa agente secreta. Nascida na Holanda em 1876, aos 19 anos casou-se com um oficial do exército e viveu durante algum tempo em Java e Sumatra. Em 1905, de regresso à Europa e separada do marido, enveredou pela carreira de bailarina, primeiro sob o nome de Lady Mc Leod e depois Mata Hari, expressão malaia que significa “o olho do dia”.
Mata Hari logo ficou famosa em toda a Europa, não tanto pela técnica de sua dança, mas por se exibir praticamente nua. Arranjou amantes de várias nacionalidades, nos mais altos círculos, incluindo o príncipe Wilhelm, herdeiro do trono alemão.
Após o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, seus contatos fizeram dela um alvo tentador para os governos que procuravam recrutar agentes. Nessa época, para seu infortúnio, aceitou dinheiro dos serviços secretos francês e alemão, mas provou ser uma agente pouco habilidosa, pois não há provas de que qualquer dos lados tenha recebido dela informações proveitosas. Por fim, cansados de pagar, os alemães permitiram que os franceses descobrissem sua duplicidade.
Embora alguns dos homens mais influentes da França – muitos deles ex-amantes de Mata Hari – apelassem em seu favor, ela foi executada em Vincennes, em 15 de outubro de 1917. Seu comportamento despreocupado diante do pelotão de fuzilamento deu origem ao mito Mata Hari. Os jornalistas, lúbricos, fixaram-se nas meias pretas e na capa de pele, que ela insistiu em usar. Como recusou corajosamente que lhe vendassem os olhos, dizia-se que ela acreditou até o fim que um dos seus influentes amantes ordenara que as armas fossem carregadas com cartuchos de festim.