Humanos usaram fogo pela primeira vez há 1 milhão de anos, segundo estudo

Pesquisa aponta uso peculiar para o fogo, datando de muito antes do que as pesquisas anteriores acreditavam que as chamas haviam sido usadas.

Thyago Soares | 12 de Junho de 2025 às 17:00

As chamas foram parte fundamental para a sobrevivência dos humanos primitivos. - Reprodução / Freepik

Você sabia que os primeiros vestígios do uso do fogo em atividades cotidianas pelos primeiros humanos remontam a cerca de 400 mil anos? No entanto, os motivos que levaram nossos ancestrais a dominar as chamas ainda são debatidos pela comunidade científica. Uma nova pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, apresenta uma teoria interessante. 

Entenda a pesquisa

Os ossos de animais de grande porte queimados foram encontrados nos locais da pesquisa. Reprodução / Universidade de Tel Aviv

De acordo com artigo divulgado na revista Frontiers in Nutrition, o fogo inicialmente não servia para cozinhar, mas sim para para conservar a carne de animais de grande porte por meio da defumação e da desidratação, um método que evitava o apodrecimento e mantinha os predadores afastados.

Miki Ben-Dor, um dos autores do estudo, afirmou que muitos sítios arqueológicos anteriores a esse período não exibem sinais claros de uso contínuo do fogo. Isso porque, na era pré-histórica, a sobrevivência era desafiadora e o fogo não fazia parte do cotidiano, sendo empregado de forma esporádica e com finalidades bem específicas, especialmente relacionadas à preservação de alimentos.

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“O processo de reunir combustível, acender uma fogueira, e mantê-la acesa ao longo do tempo exigia um esforço significativo, e eles precisavam de um motivo convincente e energeticamente eficiente para isso. Nós propomos uma nova hipótese sobre esse motivo”, explicou Miki Ben-Dor em seu estudo.

Para validar sua hipótese, os pesquisadores analisaram todos os locais arqueológicos que apresentavam indícios de uso do fogo entre 1,8 milhão e 800 mil anos atrás. No total, foram identificados nove sítios com essas características: dois localizados em Israel, seis no continente africano e um na Espanha.

Segundo Ben-Dor, algo que chama a atenção em todos esses pontos é a enorme concentração de restos ósseos de animais de grande porte, como rinocerontes, elefantes e hipopótamos, fato que reforça a ideia de que o fogo era utilizado para conservar a carne desses bichos.

“Nós sabemos que esses animais eram extremamente importantes para as dietas dos primeiros seres humanos e forneciam a maioria das calorias necessárias. A carne e a gordura de um único elefante, por exemplo, continha milhões de calorias, o suficiente para alimentar um grupo de 20-30 pessoas por um mês ou mais”, pontuou o pesquisador.

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