Confira a trajetória de Rita Lee, a rainha do rock brasileiro.
Carol Ávila | 9 de Maio de 2023 às 12:58
Rita Lee faleceu aos 75 anos na última segunda-feira (8). A cantora, que é também compositora e escritora, deixa um legado enorme na música brasileira. Inspiração de muitos artistas e ícone dos anos 60, 70, 80, 90 e 2000, Rita fundou uma carreira marcante na cultura do país desde o seu início na música.
Confira os destaques e relembre a história de Rita Lee, a rainha do rock brasileiro.
Rita Lee Jones de Carvalho nasceu em 31 de dezembro de 1947, na cidade de São Paulo (SP). Cresceu na casa dos Lee Jones, ao lado de duas irmãs. Na adolescência, começou a ter forte interesse pela música e a realizar suas primeiras composições.
Suas principais referências eram as bandas de rock dos anos 60, como The Beatles e The Rolling Stones e referências brasileiras, como João Gilberto e Cauby Peixoto.
A cantora chegou a cursar Comunicação Social na Universidade de São Paulo (USP), mas abandonou o curso para se dedicar à música.
Em 1966, Rita Lee entra para o grupo dos irmãos Baptista, "Os Mutantes", banda de rock experimental que chegou a entrar no movimento da Tropicália. No ano de 1970, a banda lançou o disco "A divina comédia ou Ando meio desligado", considerado um álbum pioneiro do rock progressivo no Brasil.
Em 1972, Rita deixa o grupo para formar uma nova banda, a "Tutti Frutti". Ao lado do novo grupo musical é que Rita começa a ganhar destaque em carreira solo também. Sua irreverência, voz predominante, talento musical e ousadia a garantiram o título de rainha do rock brasileiro.
Em 1978, Roberto de Carvalho, aquele que foi seu parceiro até o seu falecimento, se junta ao grupo musical e começa a morar com Rita. No entanto, os dois se casaram no civil apenas em 1996.
Em 2012, após inúmeros shows, álbums, apresentações e tweets sinceros, Rita anuncia seu afastamento dos palcos por problemas de saúde. Na época, a cantora quis deixar clara a sua relação com a música: "me aposento dos shows, mas da música nunca".
Já no seu período de afastamento dos holofotes e câmeras, Rita reflete sobre sua trajetória e lança, em 2016, sua primeira autobiografia, onde relata sua história desde a infância até os aposentos do palco. Ela também escreveu e publicou diversos livros infantis.
Em 2021, a artista revelou que lutava contra um câncer de pulmão, e chegou a se recuperar no ano seguinte. Em 2023, Rita lança sua segunda autobiografia, "Rita Lee: outra autobiografia", contando sobre a vivência contra a doença tenebrosa.
Um trecho de seu livro traz a profecia de Rita em relação à sua morte:
Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que eu farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.
Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão Ovelha Negra, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a veia já tivesse morrido, kkkk’.
Nenhum político se atreverá a comparecer a meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you Lord, finally sedated’ (‘obrigada Senhor, finalmente sedada’). Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.
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