Conheça Jaqueline Mesquita, matemática brasileira que conquistou o prêmio internacional "Science, She Says!".
Depois de receber o prêmio "Para Mulheres na Ciência", a matemática Jaqueline Mesquita segue inspirando jovens cientistas brasileiros. Na última segunda-feira (6), recebeu o prêmio "Science, She Says!", do Ministério das Relações Exteriores de Cooperação Internacional da Itália (Maeci), que destaca jovens cientistas do mundo todo.
A roraimense de 37 anos é professora na Universidade de Brasília (UnB) foi a única representante da América do Sul, Central e do Caribe a conquistar o prêmio na Conferência de Adidos Científicos Italianos na Universidade de Pádua e se mostrou grata às suas colegas de profissão e às que vieram antes dela.
“Estou aqui hoje para receber este prêmio não apenas como Jaqueline Mesquita, mas também em nome de todas as mulheres cientistas da América do Sul, Central e Caribe, especialmente as do Brasil, meu país natal. Se estou ganhando este prêmio hoje é porque muitas mulheres no passado lutaram e morreram para permitir que eu e outras mulheres ao redor do mundo pudéssemos estudar e fazer progressos significativos na ciência", contou.
"Portanto, é meu dever dizer ao mundo inteiro hoje que, nós, mulheres cientistas de todas as áreas, podemos fazer muito mais pela ciência, podemos ajudar a resolver os desafios globais, promovendo relevantes transformações no mundo", finalizou a pesquisadora.
Paixão pela matemática
Jaqueline conta que sua paixão pela matemática se firmou no final de seu ensino médio, no colégio particular onde estudou em Brasília, cidade onde viveu desde os 5 anos de idade, quando saiu de Boa Vista (Roraima), sua cidade natal. Sua decisão de cursar matemática foi influenciada pela forma estimulante como a matéria era ensinada no colégio, que a conquistou. Em 2003, passou para UnB para estudar matemática.
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Ao escolher um programa de aprimoramento da USP, Jaqueline precisava escolher entre álgebra linear e análise complexa. Por falta de confiança, optou por álgebra linear. Porém, foi escolhida pelo professor Sérgio Monari para análise complexa. Com o choque, preferiu desistir e voltar para Brasília mas, se deparou com a imagem pendurada de um sapo prestes a ser devorado por um sapo, enquanto o anfíbio insistia em enforcá-lo, como se achasse que poderia sobreviver. No cartaz, uma frase resumia a cena: “Não desista nunca”. Depois de observar a imagem, decidiu dar o seu melhor e não desistir do curso.
Carreira de sucesso
Como citamos anteriormente, Jaqueline já venceu o "Para Mulheres na Ciência", na categoria "matemática". Na época, tinha apenas 33 anos e foi um marco em sua carreira, proporcionando maior visibilidade para a área.
“Várias pessoas começaram a se interessar mais pela área das equações diferenciais funcionais com retardamento depois do prêmio. Então, eu fui chamada para dar várias palestras e falar sobre essas equações. Surgiram, inclusive, conexões com outras linhas de pesquisa. Diversos projetos nasceram a partir disso porque as pessoas passaram a entender o que eu fazia, e as possibilidades de parcerias se multiplicaram”, expôs Mesquita.
O trabalho de Jaqueline com certeza é inspiração para jovens cientistas - principalmente meninas - que não se enxergam no direito de ocupar espaços acadêmicos de referência.
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