O motorista Winston Douglas dirigia seu ônibus quando, de repente, viu uma senhora ser violentamente atacada. Ele, então, entrou em ação.
Redação | 5 de Janeiro de 2022 às 12:00
Numa tranquila manhã de domingo, Winston Douglas, de 54 anos, entrou com o ônibus na Ormond, uma rua do bairro de Peoplestown, em Atlanta, normalmente movimentada mas, naquele momento, vazia. Uma mulher de andador atravessava a rua, e Douglas, motorista da Metropolitan Atlanta Rapid Transit Authority (MARTA), pisou no freio e girou o volante para a esquerda a fim de se desviar dela.
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Ao fazer isso, ele notou um rapaz musculoso de 20 e poucos anos, sem camisa, na calçada. Isso não era assim tão extraordinário num dia de verão em Atlanta. O estranho era que o homem empunhava uma grande faca de cozinha.
“Olhei e pensei: por que ele está com uma faca?”, disse Douglas ao canal de TV 11Alive in Atlanta. Em segundos, conta Douglas, ele viu o homem se esgueirar por trás da mulher distraída, levar o braço para trás e depois baixá-lo rapidamente, esfaqueando-a antes que ela chegasse à calçada. Os dois caíram na rua entre dois carros estacionados, e o homem continuou a atacar.
Os passageiros do ônibus que assistiram ao ataque arquejaram. June Jarrett achou que era um filme de terror que ganhara vida. “Fiquei gritando para ele parar, dizendo que ia matá-la. Ele ergueu os olhos para mim e continuou a golpear”, informou June à estação WSB-TV.
Douglas parou o ônibus na mesma hora. Soltou o cinto de segurança, abriu as portas do veículo e desceu. Pegou uma vara grossa de mais de um metro numa obra próxima.
Agora a mulher estava caída no chão, uivando de dor, enquanto o atacante continuava a agressão. Douglas correu até eles e bateu com toda a força nas costas do sujeito com a vara. Golpeou várias vezes até que o agressor, o peito coberto pelo sangue da vítima, virou-se para Douglas. O motorista não recuou.
Douglas não é uma pessoa violenta, mas sua determinação de salvar a mulher era visível. O homem recuou e desceu correndo a rua Ormond. Douglas e dois transeuntes foram atrás e acabaram pegando o agressor na calçada. Amarraram suas mãos com um fio de extensão e chamaram a polícia e a ambulância.
A vítima, uma avó de 63 anos chamada Terri Bradley, jazia na rua, sangrando profusamente. Passageiros desceram do ônibus para oferecer a ajuda possível até os paramédicos chegarem. Terri foi transportada para um hospital próximo, onde passou cinco dias se recuperando de mais de 20 facadas no pescoço, na mão e na coxa, além de grandes hematomas.
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Ela nunca descobriu por que o desconhecido resolveu atacá-la naquele dia de 2018, embora a mãe do rapaz dissesse à WSB-TV que ele sofre de problemas emocionais e, na época do ataque, não tivesse tomado o remédio que controla seus surtos violentos. Ele foi preso e acabou se declarando culpado de agressão física e lesões corporais com agravante e porte de arma perigosa.
Duas semanas depois do ataque, Douglas visitou Terri em casa. Ele levou consigo a filha de 1 ano e um buquê de flores.
Ao ver Douglas, Terri teve vontade de chorar e pediu ao filho, Derrick Bradley, que a ajudasse a se levantar e abraçar seu salvador.
– Não, a senhora não precisa se levantar – disse Douglas.
– Preciso, sim – afirmou Terri. Era a única maneira de abraçá-lo.
– Obrigada. Você é tudo o que eu tinha para me ajudar – disse ela, chorando no peito do motorista.
– Só fiz o que qualquer um faria – respondeu Douglas.
Derrick discordou:
– Nem todo mundo teria a sua coragem.