O motorista Winston Douglas dirigia seu ônibus quando, de repente, viu uma senhora ser violentamente atacada. Ele, então, entrou em ação.
Numa tranquila manhã de domingo, Winston Douglas, de 54 anos, entrou com o ônibus na Ormond, uma rua do bairro de Peoplestown, em Atlanta, normalmente movimentada mas, naquele momento, vazia. Uma mulher de andador atravessava a rua, e Douglas, motorista da Metropolitan Atlanta Rapid Transit Authority (MARTA), pisou no freio e girou o volante para a esquerda a fim de se desviar dela.
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Ao fazer isso, ele notou um rapaz musculoso de 20 e poucos anos, sem camisa, na calçada. Isso não era assim tão extraordinário num dia de verão em Atlanta. O estranho era que o homem empunhava uma grande faca de cozinha.
“Olhei e pensei: por que ele está com uma faca?”, disse Douglas ao canal de TV 11Alive in Atlanta. Em segundos, conta Douglas, ele viu o homem se esgueirar por trás da mulher distraída, levar o braço para trás e depois baixá-lo rapidamente, esfaqueando-a antes que ela chegasse à calçada. Os dois caíram na rua entre dois carros estacionados, e o homem continuou a atacar.
Os passageiros do ônibus que assistiram ao ataque arquejaram. June Jarrett achou que era um filme de terror que ganhara vida. “Fiquei gritando para ele parar, dizendo que ia matá-la. Ele ergueu os olhos para mim e continuou a golpear”, informou June à estação WSB-TV.
De motorista a herói
Douglas parou o ônibus na mesma hora. Soltou o cinto de segurança, abriu as portas do veículo e desceu. Pegou uma vara grossa de mais de um metro numa obra próxima.
Agora a mulher estava caída no chão, uivando de dor, enquanto o atacante continuava a agressão. Douglas correu até eles e bateu com toda a força nas costas do sujeito com a vara. Golpeou várias vezes até que o agressor, o peito coberto pelo sangue da vítima, virou-se para Douglas. O motorista não recuou.
Douglas não é uma pessoa violenta, mas sua determinação de salvar a mulher era visível. O homem recuou e desceu correndo a rua Ormond. Douglas e dois transeuntes foram atrás e acabaram pegando o agressor na calçada. Amarraram suas mãos com um fio de extensão e chamaram a polícia e a ambulância.
A vítima, uma avó de 63 anos chamada Terri Bradley, jazia na rua, sangrando profusamente. Passageiros desceram do ônibus para oferecer a ajuda possível até os paramédicos chegarem. Terri foi transportada para um hospital próximo, onde passou cinco dias se recuperando de mais de 20 facadas no pescoço, na mão e na coxa, além de grandes hematomas.
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Ela nunca descobriu por que o desconhecido resolveu atacá-la naquele dia de 2018, embora a mãe do rapaz dissesse à WSB-TV que ele sofre de problemas emocionais e, na época do ataque, não tivesse tomado o remédio que controla seus surtos violentos. Ele foi preso e acabou se declarando culpado de agressão física e lesões corporais com agravante e porte de arma perigosa.
Eterna gratidão
Duas semanas depois do ataque, Douglas visitou Terri em casa. Ele levou consigo a filha de 1 ano e um buquê de flores.
Ao ver Douglas, Terri teve vontade de chorar e pediu ao filho, Derrick Bradley, que a ajudasse a se levantar e abraçar seu salvador.
– Não, a senhora não precisa se levantar – disse Douglas.
– Preciso, sim – afirmou Terri. Era a única maneira de abraçá-lo.
– Obrigada. Você é tudo o que eu tinha para me ajudar – disse ela, chorando no peito do motorista.
– Só fiz o que qualquer um faria – respondeu Douglas.
Derrick discordou:
– Nem todo mundo teria a sua coragem.
por Andy Simmons