A descoberta do fóssil levanta hipóteses sobre o aquecimento global através do tempo.
Carol Ávila | 13 de Março de 2023 às 14:23
Mais uma descoberta desperta mistérios para a ciência. Um fóssil de formiga gigante pré-histórica do gênero Titanomyrma foi encontrado na cidade de Princeton, British Columbia, no Canadá. É o primeiro sinal de vida da espécie encontrado no país. Estima-se que as formigas Titanomyrma, originadas no continente europeu, habitaram a terra há cerca de 50 milhões de anos. A descoberta do fóssil numa região tão fria quanto o Canadá levanta muitas questões para a ciência.
As formigas Titanomyrma giganteum pertencem à maior espécie de formiga que já viveu na Terra. As operárias tinham entre 1 e 3 centímetros de comprimento, enquanto as rainhas alcançavam até 5,5 cm de comprimento e 13 cm de envergadura.
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O estudo do fóssil está nas mãos de pesquisadores da Universidade Simon Fraser e já foi publicado na revista científica The Canadian Entomologist. De acordo com Bruce Archibald e Rolf Mathewes, paleontólogos à frente da pesquisa, esse novo fóssil da formiga tem idade próxima de outros fósseis de Titanomyrma, conhecidos há muito tempo na região da Alemanha e da Inglaterra.
“Isso levanta questões de como esses insetos antigos viajaram entre os continentes para aparecer em ambos os lados do Atlântico quase ao mesmo tempo", disse Archibald ao site da Simon Fraser.
Essa é a grande dúvida dos cientistas. Embora há 50 milhões de anos, durante o período do Eoceno, os continetes ainda fossem conectados, os pesquisadores afirmam que o clima seria inadequado para a migração dessas formigas.
Antigamente, o mar Ártico era mais quente do que o atual, mas considerado ainda muito frio para essas formigas. As maiores espécies de formiga são, atualmente, encontradas em regiões mais quentes e a hipótese dos cientistas é que as Titanomyrma não seriam diferentes. Porém, a nova descoberta no Canadá põe isso em questão.
O fóssil encontrado estava bem mais ao norte do que os cientistas esperavam encontrar. Em 2011, um fóssil de Titanomyrma foi encontrado no estado de Wyoming, nos EUA. Ali era o mais alto que a ciência esperava encontrar esses registros, já que quanto mais ao Norte mais frio seria para a vida dessa espécie.
Na época, pesquisadores levantaram a hipótese de que a terra poderia sofrer intervalos de aquecimento chamados de hipertermais e que, portanto, o mar ártico poderia ser aquecido durante um período de tempo, favorecendo a viagem dessas formigas entre os continentes.
Archibald ressaltou também a importância que a descoberta de Titanomyrma no Canadá pode gerar para o estudo do aquecimento global. Estudar o traslado das Titanomyrma pode levar ao entendimento de como a distribuição da vida pode mudar.
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