Quem disse que a biologia tem de ser chata? Entenda algumas características engraçadas e curiosidades do corpo humano que você precisa saber.
Douglas Ferreira | 24 de Setembro de 2021 às 19:00
Provavelmente você já ouviu mil vezes que o barulho ao estalar os ossos é provocado por uma bolha de ar que explode na articulação. É fácil procurar no Google a causa do formigamento e receber milhões de resultados em meio segundo. Mas algumas esquisitices do corpo são um pouco mais misteriosas. Aqui, especialistas ajudam a responder algumas questões menos comuns.
Seus órgãos internos estão mesmo se mexendo! Quando o carrinho chega ao ponto mais alto, desacelera um segundo e depois despenca, o cinto de segurança mantém o corpo no lugar, mas alguns órgãos internos mais soltos, como o estômago e o intestino, “flutuam” um pouco. Ninguém se prejudica ao andar nas montanhas‑russas (tudo volta ao seu devido lugar), mas os nervos percebem o movimento e o registram como se o estômago pulasse até a garganta.
As mulheres têm um percentual mais alto de gordura corporal e conserva mais calor no centro do corpo. Isso ajuda a manter os órgãos vitais confortáveis e quentinhos, mas não as extremidades – e quando mãos e pés ficam frios, o corpo também fica. Além disso, a pesquisa indica que as mulheres têm um limiar mais baixo que os homens para a sensação de frio. Quando expostos à mesma temperatura gelada, os vasos sanguíneos dos dedos femininos se contraem mais do que os masculinos e, por isso, perdem a cor mais depressa.
Muitos especialistas acham que é para melhorar a capacidade de segurar, mas um estudo britânico sugere o contrário. Os pesquisadores verificaram que as cristas das impressões digitais tornam mais difícil segurar superfícies lisas e planas, como a do acrílico, porque reduzem a área de contato da pele. Em vez disso, eles acreditam que as impressões podem ajudar a água a escorrer dos dedos ou permitir que a pele se estique com mais facilidade, o que a protege de lesões e bolhas. Outros cientistas imaginam que as impressões digitais melhorem o tato. O que sabemos com certeza é que não há duas pessoas com as mesmas impressões digitais, nem mesmo gêmeos idênticos.
É. Mas também há um cheiro específico da meia‑idade e outro dos jovens, de acordo com um estudo recente. Uma pesquisa constatou que os velhos têm um cheiro menos intenso e mais agradável do que as pessoas de meia‑idade e a molecada mais nova. Não era o que você esperava, hein?
A temperatura afeta o sabor. Pesquisadores da Bélgica descobriram que algumas papilas gustativas são mais sensíveis a moléculas de alimentos que estejam à temperatura ambiente ou pouco acima dela. Portanto, o café quente parece menos amargo porque as papilas que percebem este sabor não são tão sensíveis quando o café está quente. O aroma também influencia o sabor, e o café quente tem um sabor delicioso por causa do aroma agradável. À temperatura ambiente, o café não tem o mesmo cheiro.
Talvez. Alterações na leitura do barômetro podem ser parte do motivo: a pressão atmosférica cai pouco antes de o mau tempo se instalar. Essa mudança provocaria a expansão dos tecidos do corpo associada a inchaço e dor. O efeito é pequeno, mas quem tem artrite ou inflamação nas articulações talvez perceba a diferença. A temperatura também pode causar impacto: em 2007, pesquisadores da Universidade Tufts constataram que a queda de cinco graus na temperatura correspondia a um pequeno aumento da dor nos joelhos de quem tem osteoartrite.
Porque os neurônios inteligentes e sofisticados do intestino, que controlam as contrações do cólon ao empurrar as fezes para fora, também são influenciados pelo ritmo circadiano do organismo, ou seja, o relógio interno que nos acorda quando está claro lá fora e nos deixa sonolentos à noite. Assim, a maioria das pessoas não tem vontade de defecar no meio da noite. Por outro lado, a bexiga, que serve de reservatório do fluxo contínuo de urina produzida nos rins, só é capaz de reter determinado volume e aí tem de ser esvaziada. Normalmente, é possível dormir seis a oito horas sem precisar urinar, mas certas doenças ou o hábito de beber muita água antes de se deitar podem nos acordar para ir ao banheiro à noite.
Sem dúvida isso é possível: depois de anos de uso e desgaste, os tendões e ligamentos dos pés podem enfraque‑ cer. Isso pode levar o arco plantar a se achatar, ou seja, os pés ficam mais largos e mais compridos. Mas não acontece com todo mundo. Em quem é gordo, tem pés ou tornozelos in‑ chados ou sofre de algumas doenças como diabetes, a tendência é maior. Quando acontece, o aumento é, em média, de um número de diferença aos 70 ou 80 anos.
Acredita se que o acúmulo de dióxido de carbono no organismo (ao prender a respiração) ajuda a interromper os espasmos do diafragma que causam os soluços. Quando se contrai involuntariamente, o diafragma força uma inspiração rápida interrompida de repente pela epiglote – uma aba de cartilagem na garganta localizada atrás da língua. É esse fechamento que provoca o ruído do soluço.
Todo sorriso é diferente, mas boa parte disso tem a ver com a perda óssea que, com a idade, ocorre sob a gengiva. Quando a perda é significativa – e pode ser exacerbada por fatores como o fumo ou doença periodontal – os dentes podem sair do lugar.
O diafragma é puxado e esticado durante a corrida e isso pode provocar aquela dor aguda e perfurante na borda inferior da caixa torácica, geralmente no lado direito do corpo. Para diminuir a dor, desacelere e respire de forma mais tranquila e controlada.
O corpo tem dois tipos de glândulas sudoríparas. A maioria das que ficam nos braços e nas pernas excretam uma mistura de água e sal. Mas as glândulas das axilas (assim como as da virilha) soltam uma substância oleosa que as bactérias adoram. Na verdade, as bac-térias que se alimentam do óleo é que liberam o cheiro ruim.
Pode ser o som do suco digestivo se agitando e dos músculos do estômago se contraindo ao se preparar para receber comida. Para evitar esses sons constrangedores que geralmente acontecem na hora errada, faça refeições mais leves e mais frequentes.