Várias adaptações para o cinema são conhecidas por não agradarem ao público. Veja quais as adaptações de livros que não agradaram aos próprios autores.
Quem gosta de ler sempre fica empolgado quando anunciam a adaptação daquele livro preferido para o cinema. Porém, nem sempre as adaptações dão certo e acabam frustrando os fãs. Algumas delas deram tão errado que nem os próprios autores gostaram. Confira agora a lista de adaptações de livros que não agradaram os autores das obras originais.
7 escritores que não gostaram das adaptações de seus livros
1. "O Iluminado" não agradou Stephen King
Apesar de ser um clássico do cinema aclamado pela crítica, "O iluminado", do diretor Stanley Kubrick, não conseguiu agradar o criador da obra: Stephen King, o autor da história de terror na qual o filme se baseia. Em uma entrevista, King explicou por quê não gostou da obra.
“Eu já admirava o [Stanley] Kubrick há um tempo e tinha grandes expectativas em relação ao projeto, mas o resultado final me desapontou profundamente. Kubrick não conseguiu alcançar o tom de maldade do hotel. Então, ele optou por procurar a maldade nos personagens e transformou o filme numa tragédia doméstica com tons apenas vagamente sobrenaturais. Shelley Duvall como Wendy é uma das opções mais misóginas da história do cinema. Ela está ali basicamente para gritar e ser estúpida, e essa não é a mulher sobre a qual eu escrevi.”
2. "Forrest Gump" não agradou Winston Groom
Dirigido por Robert Zemeckis, "Forrest Gump" é mais um queridinho do cinema, considerado por muitos um dos melhores filmes já produzidos. Vencedor de seis Oscar, entre eles o de melhor filme, o de melhor ator para a interpretação de Tom Hanks, o de melhor direção e o de melhor roteiro adaptado. Mesmo assim, para o autor da obra original, Winston Groom, a interpretação de Hanks não foi satisfatória, preferindo John Goodman para o papel do protagonista. Além disso, ele também não gostou de terem suavizado as cenas de sexo e os xingamentos para tornar o filme mais comercial.
3. "A Menina e o Porquinho" (1973) não agradou E. B. White
Produzido pela Hanna-Barbera Productions em 1973, a história de uma menina que tenta salvar um porquinho de um abatedouro pode não ser muito conhecida, mas foi o vídeo de animação mais vendido em 1994. Quando o autor E.B. White vendeu os direitos para a Hanna Barbera, tudo que ele não queria era que sua história se tornasse um musical. Porém, foi exatamente o que foi feito.
“O filme da 'Menina e do Porquinho' é justamente como eu esperava que fosse, a cada 5 minutos eles paravam a história para que alguém pudesse cantar uma música alegre. A feira de Blue Hill, que eu tentei relatar fielmente no meu livro, virou um Mundo da Disney com 76 trombones, mas é isso que acontece quando você se envolve com Hollywood”, disse o autor.
4. "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (1971) não agradou Roald Dahl
Na época de seu lançamento, o filme não foi bem recebido pelo público. Entretanto, com o tempo, ganhou uma verdadeira e fiel legião de fãs, garantindo até um remake com Johnny Depp em 2005. Mesmo assim, Roald Dahl, o autor da obra original, não gostou do resultado. Dahl estava colaborando com o filme no começo da produção, porém, por não conseguir cumprir prazos, foi substituído. Segundo ele, o filme era “podre” e ele odiou que na adaptação, Willy Wonka tinha mais protagonismo que Charlie, que em sua obra, era o real personagem principal.
A raiva foi tanta que o autor jurou que, enquanto vivesse, não permitiria a adaptação da sequência (Charlie e o Grande Elevador de Vidro). O remake só foi produzido depois que o autor morreu e sua viúva deu permissão. E se Dahl já achava Wonka de 1971 “pretencioso” e “saltitante”, o que será que pensaria da atuação de Johnny Depp em 2005?
5. "Laranja Mecânica" não agradou Anthony Burgess
Mais um filme do diretor Stanley Kubrick, clássico do cinema e aclamado pela crítica, que o autor odeia. Burgell ficou tão insatisfeito que chegou a se arrepender de ter escrito o livro.
“O livro pelo qual eu sou mais conhecido – talvez o único que conheçam, aliás – é um romance que eu estou preparado a repudiar: escrito há um quarto de século, ficou conhecido como a matéria prima para um filme que parece glorificar o sexo e a violência. O filme induziu os leitores à má interpretação da história, e essa confusão vai me perseguir até a morte”, disse o autor.
6. "Mary Poppins" não agradou PL Travers
Clássico da Disney, considerado um dos melhores musicais da história e idolatrado por diversas gerações, mas simplesmente uma tragédia para a autora do livro em que o filme se baseia. Travers não queria vender os direitos para a Disney, pois achava que filme nenhum faria justiça à sua obra, porém, depois de muitas tentativas, ela cedeu com a condição que de que ela participasse da produção.
Durante a produção do filme, as opiniões e sugestões de Travers foram completamente ignoradas e recusadas, resultando na autora aos prantos no dia de lançamento da obra. Ela odiou o fato de lado mais severo da babá ter sido minimizado e também não gostou das animações inseridas. Depois disso, prometeu que a Disney jamais faria uma adaptação de outra obra dela. Promessa que conseguiu cumprir em vida, mas depois de sua morte, a Disney conseguiu achar uma brecha no contrato e anunciou o remake de Mary Poppins em 2018.
7. "Eu Sou a Lenda" não agradou Richard Matheson
Esse autor pode ser considerado o vencedor dessa lista, pois não odiou apenas a adaptação de sua obra protagonizada por Will Smith em 2007, mas sim todas as três adaptações que fizeram ao longo dos anos. A primeira, “Mortos que Matam”, de 1964, é a que mais segue a história do autor, mais as falhas de direção e elenco decepcionaram Matheson. A segunda, “A Última Esperança da Terra” de 1971, conseguiu mudar praticamente tudo o que o autor escreveu, se tornando o que menos incomoda, por quase não ter semelhanças. E, por último, “Eu Sou a Lenda” de 2007, que destruiu o final criado pelo escritor.