Confira alguns dos erros de português mais comuns e aprenda a evitá-los! Escrever certo pode ser um desafio, mas é necessário.
Redação | 5 de Maio de 2019 às 12:00
A língua portuguesa é rica, contudo, não é uma língua simples. Aqui você encontra explicações fáceis para 10 dificuldades do português.
Escreve-se demais, em uma só palavra, quando significa excessivamente: “Não convém comer demais.” Ou seja, quando se trata de muitíssimo e extremamente: “Ela é linda demais.”
Grafa-se de mais, em duas palavras, que equivale a a mais, oposto de de menos:
“Não vejo nada de mais em sua resposta.”
“Meu Deus, um aleijado! E se tiver dedos de mais?”
“O problema do Brasil é termos advogados de mais e médicos de menos.”
Os verbos terminados em -iar, são conjugados como fatiar, por exemplo: eu fatio, você fatia, eles fatiam.
Os verbos do M.A.R.I.O., um nome composto com a letra inicial de cada um desses verbos: mediar (e intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar, são irregulares nas formas em que a sílaba tônica é a do radical. Por exemplo: eu odeio, você incendeia, eles anseiam.
Mas veja que, nas formas em que a sílaba tônica não está no radical do verbo, quando ocorre em outra sílaba, eles se tornam regulares como o verbo fatiar, que vimos anteriormente. Assim: eles fatiaram, odiaram e incendiaram. Nossa!
É uma confusão comum: qual deles é junto? Porque todos sabem que um deles é separado, composto por duas palavras.
Sem explicações que datem de outra era, vamos simplificar: Faça um V de vitória com os dedos indicador e médio. Fácil de ler, em cima os dedos ficam separados e embaixo ficam juntos. Certo?
Lembra-se da aula de português quando o professor ensinava: sujeito, verbo e complementos (e aí entram objetos direto e indireto)?
Simplificando, só pode haver uma conversa entre mim (correspondente a EU) e você (que seria TI ou VOCÊ, que é informal), ou entre você e mim. Caso contrário, não haverá conversa! Em resumo, EU e TU podemos ser apenas sujeitos.
É, parece simples e é, de verdade. Não pode haver contração de preposição com sujeito de verbo no infinitivo. Explico: “Chegou a hora de a onça beber água.” Não pode ser da porque existe o verbo beber, cujo sujeito é a onça. Outro exemplo: “Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor.” Essa gente é sujeito de mostrar. “Dessa gente” é uma licença poética.
Então, por exemplo: Chegou a hora dele. Não há nenhum verbo após dele, mas se tivesse? Chegou a hora de ele sair de casa. Percebe a diferença?
A regra básica é esta: até completar dois o verbo permanece no singular. Portanto, “É uma e cinquenta e nove (minutos)”, depois: “São duas e um (minuto).”
Mas temos meio-dia e meia-noite, e uma outra meia que representa a hora. Então, “É meio-dia e meia (hora)”, se fosse meio seria redundante, não é? “É meia-noite e dez” e depois continua até “cinquenta e nove”. “É uma e cinquenta e nove”. Depois, “São duas horas e um minuto”. Simples.
Como? Essa distinção é somente para os casos em que as duas formas de particípio são registradas.
“A carta foi escrita (irregular) por mim.” – Não há registro de escrevido.
“Tenho escrito (irregular) cartas para meus avós” – A mesma coisa.
Os quatro verbos quando são usados como auxiliares, isto é, seguidos de outro verbo, esse último fica no particípio regular, com ter e haver, e irregular, com ser e estar. Por exemplo:
“A última parcela do carro foi paga ontem” – irregular.
“Eu tenho pagado todas as contas!” – regular.
Sabido, emprestado, crescido, há apenas o particípio regular para estes verbos. Mas não invente, por exemplo: trazido por trago (trago só em cigarro, mas não faz bem à saúde).
Fotocópia, aliás, em bom português. O nome Xerox é marca registrada que designa o equipamento, mas a pronúncia que vem se tornando a mais comum é xerox, sem acento (oxítona). Mas se você costuma dizer xérox (paroxítona), deverá escrever com acento.
Você está apaixonada, pega uma margarida e começa: bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer, malmequer… até a última pétala, coitada da flor. Falando não se nota, mas se parar para escrever você percebe: uma expressão é escrita com hífens e a outra é uma única palavra.
Bem-me-quer não daria certo como uma só palavra, pois as duas letras eme entrariam em conflito. Se um é escrito separadamente, o outro também deveria ser, não é? Conforme-se, mas ele ama você!
As duas palavras existem, mas não significam a mesma coisa. Por partes, desapercebido significa desprovido, desguarnecido. Por exemplo: “Ele estava desapercebido de recursos e provisões.”
Despercebido significa não percebido, que não foi notado. Exemplo: “Minha atitude não passou despercebida à turma.”
No Dicionário Aurélio, a palavra desapercebido é aceita como sinônimo de não percebido, não observado, despercebido. Isto é, “evolução desapercebida aos cientistas” e “a picada de inseto passou desapercebida.”
A internet encurtou caminhos e facilitou a comunicação entre pessoas do mundo inteiro, tudo em um ambiente descontraído e informal. Cometer erros de português, de certa forma, ficou mais fácil na rede, e isso é um perigo caso você esteja procurando um emprego, por exemplo – muitas empresas pesquisam os perfis de candidatos na internet.
Por esse motivo, saber os principais erros cometidos na rede é essencial. Mas lembre-se: nem sempre é necessário escrever formalmente, apenas tenha bom senso! Confira os 5 principais erros de português que ocorrem na internet:
Muita gente confunde essas duas expressões, usando a primeira quando, na verdade, quer expressar o sentido da segunda. Veja o exemplo:
“Esta promoção que recebi no trabalho veio de encontro às minhas necessidades!” – Errado! O que o falante quer dizer é que a promoção foi favorável a ele, ou seja, veio ao encontro das necessidades dele!
A expressão De encontro a designa algo que se opõe, se choca com outra. Veja o exemplo:
“A demissão veio de encontro à expectativa que eu tinha de comprar um carro.” – Certo! A demissão se opôs à expectativa que ele tinha de comprar um carro.
Simplificando:
de encontro a = ir contra
ao encontro de = ser a favor
Essa dificuldade na hora de usar um dos dois é clássica! Muita gente confunde. Mas, uma vez que você aprenda, não vai mais esquecer:
“Eu me casei a cinco anos.” – Errado! O correto é “Eu me casei há cinco anos”! Pois é o verbo haver que indica passado, não a preposição a. Por sua vez, se a frase se referir a um acontecimento futuro, é o “a” que deve ser empregado:
“Vou me casar daqui a cinco meses!” – Certo! “A” exprime tempo futuro.
Simplificando:
há = exprime passado
a = exprime futuro
Dica extra: O uso do Há dispensa o uso do atrás. Veja:
“Isso aconteceu há muito tempo atrás.” – Errado! A ideia de passado já foi expressa no uso do Há, portanto, o uso do atrás é redundante. Basta dizer: “Isso aconteceu há muito tempo.”
Tire suas dúvidas sobre a crase neste post.
Ainda falando sobre verbos, o uso equivocado do verbo fazer no plural quando este é impessoal volta e meia aparece em posts. Veja:
“Fazem dez anos desde que ele se foi.” – Errado! O verbo não concorda com “dez anos” porque dez anos não é o sujeito da frase. Veja:
“Faz dez anos desde que ele se foi.” – Certo! O correto é o uso do verbo no singular porque, neste caso, “fazer” é impessoal, ou seja, não tem sujeito.
Este erro está quase consagrado. Na língua falada é quase aceitável, mas na escrita não pode! Veja:
“Hoje vou assistir o último capítulo da novela das oito no restaurante com meus amigos.” – Errado! “Assistir” sem preposição significa ajudar, cuidar. “Assistir” no sentido de ver deve ser usado com a preposição a obrigatoriamente:
“Hoje vou assistir ao último capítulo da novela das oito.” – Certo!
Um uso correto do verbo assistir sem preposição seria: “Hoje assisti meu avô, que está doente no hospital.”
Estas duas palavras existem no português e é comum fazer confusão na hora de escrevê-las. Mas atenção pois elas possuem significados diferentes.
“Comemos muito mau durante a viagem.” – Errado! “Mau” é o oposto de bom, enquanto “mal” é o oposto de bem. Sendo assim, a forma mais fácil de não errar mais o uso dessas palavras é trocá-las pelos seus antônimos.
“Você está sendo mau!” (antônimo: sendo bom) u-o
“Estou me sentindo mal!” (antônimo: sentindo bem) l-e
As duas formas estão corretas e existem na língua portuguesa. Contudo, seus significados são diferentes e, por isso, devem ser usadas em situações diferentes.
“Agente vai ali e já volta.”– Errado! A palavra “agente” é um substantivo e designa que ou quem atua ou opera em algo: agente sanitário, agente da polícia federal, agentes climáticos; confira o exemplo:
“James Bond é o agente secreto mais famoso do cinema.” – Certo!
“O agente da federal prendeu mais um hoje.” – Certo!
A expressão “a gente” é uma locução pronominal formada pelo artigo a e o substantivo gente. Essa locução se refere a um conjunto de pessoas, à população, humanidade, povo. Confira os exemplos:
“Por que você não vem com a gente ao cinema?” – Certo!
“Toda a gente daquela região sabe que ele não presta.”– Certo!
É importante atentar-se que embora a locução pronominal “a gente” expresse ideia de pluralidade, ela é gramaticalmente equivalente ao pronome pessoal reto ela, devendo assim o verbo ser conjugado na terceira pessoa do singular. Confira o exemplo:
“A gente é muito feliz.” – Certo!
“A gente somos muito feliz.” – Errado!
Embora não tão comum este erro de português, de vez em quando, surge em algumas redações.
“Eu quero saber tudo o que você sabe a cerca desse assunto.” – Errado! “Cerca de” pode significar tanto “perto de”, quanto “mais ou menos”. Enquanto “acerca de” é o mesmo que “sobre” ou “a respeito de”.
“Esta cidade fica a cerca de 5 Km daqui.” – Certo!
“Preciso falar com você acerca de um problema pessoal.” – Certo!
Outro erro muito recorrente é a confusão que algumas pessoas fazem na hora de empregar o verbo no infinitivo na escrita (justamente pelo fato de a gente não pronunciar o “r” no final em verbos como dar, estar, ficar etc.). Veja o exemplo:
“Você vai está no escritório hoje?” – Errado! Trata-se aqui de uma locução verbal composta pelo verbo auxiliar e o verbo abundante no infinitivo. Portanto: “Você vai estar no escritório hoje?” – Certo!
Outro exemplo:
“Você deveria dá o dinheiro a ele.” – Errado! Aqui também se deve empregar o infinitivo, pois o verbo “dar” não está sendo conjugado. Veja: “Você deveria dar o dinheiro a ele.” – Certo!