"É o nosso ouro!": conheça fruto que foi de "praga" a "tesouro" no Pará.

Graças a agricultor de 66 anos, o fruto parou de ser desprezado.

Laura Oliveira | 22 de Maio de 2023 às 14:40

De "praga" a "ouro", fruto no Pará revolucionou vidas. - Imagem: Beto_Junior/iStock

Embora tenha surgido na Colômbia, o Tucumã é um fruto que faz sucesso no estado do Amazonas. Porém, esse prestígio é atual. Até pouco tempo, era possível ver fazendeiros tacando fogo ou arrancando a palmeira amazônica que dá o fruto.

Considerado uma "praga", o Tucumã é muito resistente e possui longos espinhos capazes de machucar o gado e danificar as máquinas. Porém, felizmente, seu potencial foi reconhecido.

O agricultor Jair de Oliveira Reis, 66, nascido e criado em Irituia (PA) foi um dos primeiros de sua terra a valorizar o fruto. Ele e sua família consumiam o tucumã e o preservavam desde sua infância, na década de 1960.

 

Jair chegou a ser tachado de louco por tentar proteger a árvore que, para os outros, não prestava. 

"A gente observava que os bichos ficavam bem gordinhos na época do tucumã, então devia ter algo de bom nele, muita vitamina", lembra Jair. Hoje, o Jair é um dos produtores mais conhecidos que fonrecem o fruto fresco. 

E, bom, Jair não estava errado. Além de saboroso, o tucumã é altamente nutritivo, rico em ômega 3 e vitaminas A, B1 e C, que atuam no bom funcionamento do organismo. Essas são algumas substâncias que fazem do tucumã um aliado no combate ao envelhecimento precoce e um ótimo antioxidante. Confira outros benefícios do fruto

"Me falam 'Égua, mas tu só vive só pensando no tucumã!' A gente tem que pensar nele: é o nosso ouro!", conta a Dorcicleia (Sabrina) Nunes de Oliveira, diretora de produção da D'Irituia, empresa que comercializa a amêndoa do tucumã.

A comercialização do tucumã salvou a empresa

Em 2017, a D'Irituia passou por uma crise e quase precisou fechou as portas. Foi através da extração e comercialização do tucumã que a empresa se reergueu. A agricultora Iraceli Oliveiria de Lima comemora: "Essa parceria revolucionou a vida de todo mundo". 

Além de movimentar e gerar renda no Pará, a valorização do tucumã também foi boa para a relação dos habitantes com a sua palmeira. Em 2019, a D'Irituia chegou a colocar mensagens nas redes sociais e no rádio solicitando que a população do município não derrubasse a árvore. E funcionou. 

"Hoje todo mundo tem cuidado com o tucumãzeiro", diz o agricultor Jair de Oliveira Reis.


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